"Vamos criar um Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e vamos colocar uma mulher competente à frente desse ministério, no próximo Governo", disse hoje o atual primeiro-ministro e candidato do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), durante uma iniciativa de campanha no distrito de Lobata, norte da ilha de São Tomé, no dia em que se comemora a mulher são-tomense.

Nas localidades de Micoló e Conde e na roça Boa Entrada, o partido histórico de São Tomé e Príncipe insistiu no pedido de maioria absoluta nas eleições legislativas do próximo domingo.

Nos seus discursos, Jorge Bom Jesus elencou várias obras do seu Governo, que liderou em coligação com PCD/UDD/MDFM, a chamada 'nova maioria', formada após as legislativas de outubro de 2018.

Exemplos de obra feita foram a estrada número 01 até Guadalupe, o posto de Micoló, o apoio a 16 mil mães carenciadas, o aumento do salário mínimo para 2.500 dobras (cerca de 100 euros), o aumento da pensão para idosos.

"Não escolhemos pessoas, é para toda a gente", dizia Jorge Bom Jesus, repetindo o slogan da sua campanha "'tá a falar", com os apoiantes a responder "'tá a fazer".

Outro anúncio que recebeu fortes aplausos dos simpatizantes foi o do fim das matrículas escolares, com o candidato a garantir que no próximo ano letivo tudo será feito de forma automática via internet.

Por outro lado, garantiu, "já não é preciso fazer bicha na embaixada de Portugal", porque há acordo com Lisboa para vistos para estudantes.

Vestidos com t-shirts brancas e amarelas com a palavra "Kêlê" ('Acreditar', em crioulo forro), o slogan da campanha de Bom Jesus, os apoiantes ora gritavam "'tá a falar, 'tá a fazer", ora a variante "'tá a perder, 'tá a fugir", dirigida ao principal opositor, o ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, líder da Ação Democrática Independente (ADI), que regressou este domingo ao país após quatro anos de ausência.

Sobre o candidato da ADI, os intervenientes que antecederam Jorge Bom Jesus nos discursos não pouparam nas críticas: "ele é malvado", "sem vergonha", "um gajo mau".

O candidato do MSLTP quis marcar a diferença em relação ao seu opositor: "Na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, na pobreza ou na riqueza, estamos aqui. Nós somos daqui, vamos continuar a lutar aqui junto. Ninguém vem de fora para resolver os nossos problemas, nós é que os resolvemos, aqui entre nós".

"Eu não vou fugir. Perca ou ganhe, eu não vou fugir", insistiu Bom Jesus.

"Para o MLSTP e para o nosso Governo, só há um São Tomé e Príncipe. Cabo-verdianos, forro, tonga, estrangeiros, todos consideramos como são-tomenses", garantiu.

Durante os comícios, feitos em cima de um camião de caixa aberta, e com vários músicos a animar o público, os membros do MLSTP contavam, em português ou crioulo forro, de um até oito -- a posição do partido nos boletins de voto -, enquanto os apoiantes respondiam 'nhé pé' (escreve, em crioulo forro).

"Quatro mais quatro, oito", cantavam, enquanto pediam "mais quatro anos".

Um total de 11 partidos, incluindo uma coligação, concorrem às eleições legislativas de 25 de setembro, no mesmo dia em que são escolhidos os próximos presidentes das autarquias e o governo regional do Príncipe.

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