Os dados foram revelados à saída de uma reunião de uma delegação do BE com a Segurança Social para se inteirar da situação social no distrito, provocada pela covid-19 e das suas consequências.

"Estamos a falar de uma enorme dimensão no distrito de trabalhadores em 'lay off', o que representa uma sobrecarga para o Orçamento do Estado e para as condições da Segurança Social, mas também uma enorme perda de salário para estes trabalhadores ao longo destes meses.

Nelson Peralta deixou na conferência de imprensa um apelo para que haja "uma fiscalização efetiva" às empresas que recorreram ao 'lay off', para a deteção de eventuais fraudes.

"Foi-nos dito que algumas fraudes foram já detetadas e chegaram ao Bloco denúncias que comunicámos, de que terão ocorrido empresas que recorreram ao 'lay off', sendo que continuaram a laborar", disse, salientando que "há uma dimensão gravosa de corte de salário" para os trabalhadores.

O deputado do BE manifestou igualmente preocupação pelo crescimento do desemprego no distrito, de que ainda não são conhecidos números: "sabemos que nesta crise muitas empresas recorreram, até de forma abusiva, ao despedimento".

"Preferiram despedir os seus trabalhadores nestes meses, em vez de usar os lucros dos anos anteriores para sustentar o rendimento dos seus trabalhadores", criticou.

Nelson Peralta considerou também que a crise sanitária veio demonstrar a falta de uma oferta pública nos cuidados, em relação aos idosos, mas também nas creches.

"Uma das coisas que falhou nesta crise foi a segurança em alguns lares de idosos e deve ser feita pela Segurança Social a verificação das condições, até para devolver a confiança às famílias", comentou.

A preocupação com a suspensão das visitas a crianças em risco foi também transmitida à Segurança Social, bem como pedida uma atenção especial ao concelho de Ovar, que viveu em cerca sanitária.

"A Segurança Social garantiu-nos que o isolamento profilático dos profissionais vai ser pago a 100% nas próximas semanas. É preciso que o dinheiro chegue quanto antes a esses trabalhadores, dinamizando a economia local, severamente afetada pelas medidas draconianas a que esteve sujeita", comentou.

Portugal contabiliza pelo menos 1.424 mortos associados à covid-19 em 32.700 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Relativamente ao dia anterior, há mais 14 mortos (+1%) e mais 200 casos de infeção (+0,6%).

MSO//LIL

Lusa / Fim