
"Desde agosto, 791 pessoas sofreram ferimentos corporais na região de Kursk, das quais 288 morreram e 430 foram hospitalizadas", disse o governador da região russa, Alexander Khinstein, na rede Telegram.
O governador referiu-se a "números terríveis", alertando porém que "não são exaustivos", uma vez que nem todos os corpos de civis foram removidos das zonas fronteiriças.
Alexander Khinstein assinalou ainda que os investigadores russos continuam a "descobrir provas de tortura e execuções de civis" em territórios russos recentemente recapturados aos militares ucranianos.
As forças ucranianas lançaram um ataque de surpresa na região fronteiriça, capturando, no auge da operação, cerca de 1.400 quilómetros quadrados.
O Exército russo, por sua vez, tem vindo a conduzir uma ofensiva em grande escala na Ucrânia desde 2022, ocupando quase 20% do seu território.
Depois de meses de combates, a Rússia afirmou, no passado fim de semana, ter reconquistado a totalidade de Kursk, embora o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, contraponha que as forças da Ucrânia ainda permaneciam na região.
A Rússia reconheceu também no passado fim de semana que um contingente de soldados norte-coreanos participou nos combates contra as tropas ucranianas em Kursk, quebrando o silêncio sobre o envolvimento da Coreia do Norte no conflito.
Um deputado e membro do comité de Informações do parlamento da Coreia do Sul disse que cerca de 600 soldados norte-coreanos morreram em combate ao lado da Rússia.
As tropas norte-coreanas sofreram pelo menos 4.700 baixas, incluindo cerca de 600 mortes, afirmou Lee Seong-kweun aos jornalistas após uma reunião com os serviços de informações da Coreia do Sul.
"A Coreia do Norte apoiou a reconquista de Kursk pela Rússia, mobilizando 18 mil soldados em duas fases. Desde março, quando Kursk foi efetivamente recapturada, o número de confrontos diminuiu", explicou o parlamentar.
Na segunda-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu "o heroísmo e a dedicação" dos combatentes norte-coreanos em Kursk.
Após mais de três anos de conflito, a mediação dos Estados unidos procura um acordo de cessar-fogo, ao mesmo tempo que prosseguem os combates e os bombardeamentos intensivos das forças de Moscovo na Ucrânia.
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