
Numa publicação na rede social Facebook, a associação defendeu a conclusão do Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico, que deveria ter sido finalizado em fevereiro de 2015, e uma das exigência da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Na mesma publicação no Facebook, o grupo sustenta que "a integridade visual e as principais linhas de visão do Farol da Guia devem ser protegidas e medidas decisivas devem ser tomadas para reduzir a altura de edifícios inacabados, edifícios em construção e edifícios a serem construídos adjacentes".
Uma preocupação que já em junho levou o grupo a enviar uma carta para a UNESCO, a alertar para violações à integridade visual do farol na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
A associação voltou agora a defender que "a altura de um edifício inacabado na Calçada do Gaio deve ser reduzida para 52,5 metros, (...) um compromisso assumido pelos governos da China e da RAEM com a comunidade internacional e os cidadãos de Macau" e que "não há restrição de altura suficiente para os edifícios em construção e os edifícios a serem construídos ao longo da Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues".
Por isso, concluiu, "o Governo da RAEM deve tomar medidas decisivas para reduzir a altura dos edifícios em construção e dos edifícios a serem construídos" para proteger o 'corredor' visual do Farol da Guia, classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
A posição foi tomada no dia em que Macau assinala 15 anos desde que o seu centro histórico integrou a lista de Património Mundial da UNESCO e após uma reunião com responsáveis do Instituto Cultural (IC), durante a qual a presidente daquela entidade sublinhou a importância e o ativo valioso que é o património cultural de Macau, bem como a disponibilidade do IC para dialogar com a sociedade.
Mok Ian Ian afirmou ainda que, "sob a inspeção e orientações da Administração Estatal do Património Cultural, o IC tem-se dedicado à execução dos trabalhos de proteção do património cultural de modo prudente e cauteloso".
O centro histórico de Macau foi inscrito na lista do Património da Humanidade da UNESCO em 15 de julho de 2005, tendo sido designado como o 31.º local do Património Mundial da China.
A classificação integra vários edifícios históricos construídos pelos portugueses, incluindo o edifício e largo do Leal Senado, a Santa Casa da Misericórdia, as igrejas da Sé, de São Lourenço, de Santo António, de Santo Agostinho, de São Domingos, as Ruínas de São Paulo e Largo da Companhia de Jesus ou o Farol da Guia.
Em 2017, o Comité do Património Mundial da UNESCO criticou o Governo de Macau, pelo " possível impacto de empreendimentos de grande altura nas paisagens do Farol da Guia e da Colina da Penha, assim como as crescentes preocupações sobre a falta do Plano de Salvaguarda e Gestão poderão ter sérias consequências" para a "Declaração de Valor Universal Excecional" do Centro Histórico.
Exigido pela UNESCO em 2013, o Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico devia ter sido entregue até 01 de fevereiro de 2015.
JMC // PJA
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