A sondagem, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ouviu 2.000 pessoas em 127 municípios, entre 17 e 20 de setembro.

No total, 40% dos inquiridos consideraram a gestão de Bolsonaro ótima/boa, 29% regular, 29% ruim/péssima, e 2% não souberam ou não quiseram responder.

Em dezembro do ano passado, esse índice de aprovação estava em 29%. Na ocasião, a avaliação de ruim ou péssimo estava em 38% e a de regular em 31%.

Ainda segundo a sondagem deste mês, 46% dizem confiar em Jair Bolsonaro; outros 51% afirmam não confiar; 3% não souberam ou não quiseram responder.

Um dos fatores que foi especificamente abordado na pesquisa diz respeito à aprovação da maneira de governar de Jair Bolsonaro, em que 50% aprovaram, 45% desaprovaram, e 5% não souberam ou não quiseram responder.

Segundo o Ibope, a popularidade do Presidente cresceu mais entre os entrevistados que estudaram até ao 8.º ano, entre os que possuem rendimentos familiares até um salário mínimo (1.045 reais, ou seja, cerca de 160 euros), entre residentes nas periferias das capitais e nas regiões sul e nordeste.

Apesar da aprovação de Bolsonaro ter crescido no nordeste, a região mantém-se com a menor percentagem de apoio ao Governo (33%).

"Aparentemente, o auxílio de emergência [dado pelo Governo aos mais carenciados durante a pandemia] teve um papel importante na melhoria da avaliação do Governo Bolsonaro, como reflete o crescimento na aprovação das ações de combate à fome e à pobreza", afirmou o gerente-executivo de economia da CNI, Renato da Fonseca.

Quanto às de atuação do Governo, a segurança pública é a única a receber avaliação positiva de mais da metade dos entrevistados (51%).

Em plena pandemia da covid-19, que já infetou mais de 4,6 milhões de pessoas e matou 139.808 infetados no Brasil, a área da Saúde teve a reprovação de 55% e aprovação de 43%. Já em relação ao ambiente, área que tem valido ao Governo brasileiro fortes críticas internacionais, a taxa de reprovação foi de 57%.

A margem de erro da sondagem é de dois pontos percentuais.

Horas depois da sondagem ter sido publicada, Jair Bolsonaro fez a sua habitual transmissão em direto na rede social Facebook, onde, na companhia do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, voltou a defender a política ambiental do seu executivo.

Segundo os governantes, os fogos que lavram atualmente no Pantanal, naqueles que são os piores incêndios das últimas décadas, são fruto de ações equivocadas do passado.

"Nós fazemos o trabalho de conter os focos de incêndio. Mas tem um detalhe: problemas no passado, medidas equivocadas no passado potenciam os incêndios quando eles vêm. E lá a temperatura até poucos dias estava na média de 43 graus celsius, com uma massa orgânica muito grande, tendo em vista medidas equivocadas, erradas ou criminosas tomadas no passado", afirmou o chefe de Estado.

Bolsonaro e Salles, que voltaram a frisar que o Brasil é um dos países que mais preserva a sua natureza, disseram ainda que a floresta é húmida e que as áreas centrais não se incendeiam.

Bolsonaro ironizou ainda o facto de figuras políticas e do sistema judiciário de Brasília usarem máscara de proteção facial contra a covid-19 e, mesmo assim, terem sido infetados.

"Fico vendo Brasília, não posso falar nomes aqui, mas a alta cúpula do poder de Brasília, alguns do Executivo, do Judiciário bastante, do Legislativo também, com máscara 24 horas por dia. Dormiam com máscara, cumprimentavam assim [com o cotovelo], e pegaram o vírus agora. Não adianta isso aí", disse Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais céticos em relação à gravidade da doença.

MYMM // JMC

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