"Numerosas destas pessoas barricadas são mulheres que pretendiam manifestar-se pacificamente para comemorar o Dia Internacional da Mulher", precisou Stéphane Dujarric em declarações aos 'media'.

"Pedimos a todos que respeitem os direitos à liberdade de reunião e expressão do povo da Birmânia, quando se manifesta pacificamente e exprime as suas esperanças e desejos pelo futuro do seu país", acrescentou o porta-voz.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), a polícia começou a desalojar os contestatários pelas 22:00 locais (15:30 em Lisboa) e a proceder a detenções. As Nações Unidas receiam que as forças de segurança se desloquem de residência em residência para tentar encontrar manifestantes.

"#Birmânia: estamos profundamente preocupados com o destino de 200 manifestantes pacíficos -- entre eles mulheres -- que foram detidos pelas forças de segurança em Rangum e que correm o risco de serem presos ou mal tratados. Instamos à polícia que permita que saiam com segurança e sem retaliações", escreveu previamente na rede social Twitter o gabinete de Michelle Bachelet.

A violenta repressão sobre os manifestantes que protestam contra o golpe de Estado na Birmânia, ocorrido a 01 de fevereiro, já causou mais de 50 mortos, todos abatidos pelas forças militares e policiais.

Myanmar regista hoje mais uma jornada de protestos nas principais cidades do país.

O movimento pede também a libertação dos políticos presos e que foram eleitos nas eleições do ano passado, entre os quais a líder da Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi, deposta pelos militares.

Desde o golpe de Estado, os militares detiveram cerca de 1.800 pessoas, sendo que mais de 310 foram, entretanto, libertadas, de acordo com a Associação de Assistência a Presos Políticos.

PCR (JSD) // EL

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