A decisão tomada em conselho de ministros deve ainda ser aprovada no Bundestag, a câmara baixa do parlamento.

"As negociações de paz (entre o governo afegão e os talibãs) não estarão concluídas antes do final do março", quando termina o mandato anual alemão, tinha explicado recentemente o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, para justificar um prolongamento.

"É por isso que nos devemos preparar para diferentes cenários, incluindo um novo mandato do Bundestag", adiantou.

A Alemanha, que tem cerca de 1.100 militares no norte do Afeganistão, participa na missão de formação da Aliança Atlântica "Apoio Resoluto".

Os Estados Unidos, por seu turno, contam com cerca de 2.500 militares naquele país, após a redução de tropas decidido pelo ex-presidente Donald Trump.

O acordo assinado em fevereiro de 2020 entre os Estados Unidos e os talibãs previa a saída dos contingentes estrangeiros do Afeganistão até 1 de maio de 2021.

Mas o novo Presidente norte-americano, Joe Biden, está perante um "sério dilema" à medida que a data se aproxima, os talibãs não parecem renunciar à violência, a sua parte do compromisso, considerou recentemente um alto responsável norte-americano.

Assim que Biden assumiu o cargo foi ordenada uma revisão do acordo assinado com os talibãs e, neste contexto, os países membros da NATO decidiram há uma semana adiar a sua decisão sobre a retirada do Afeganistão.

"Enfrentamos uma situação difícil e dilemas complicados", sublinhou o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg.

A NATO está há 20 anos no Afeganistão e a sua missão já contou com 130.000 militares de 36 países envolvidos em operações de combate. Atualmente são 9.600, encarregados da formação das forças afegãs.

Portugal contribui para a missão "Apoio Resoluto" desde 2015. A 6.ª Força Nacional Destacada para o Afeganistão, que está no país desde janeiro e até maio, conta com 170 militares, que têm como missão garantir a segurança do aeroporto de Cabul.

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Lusa/fim