"Estamos de acordo que Srebrenica não se deve repetir nunca mais. Devemos enfrentar decisivamente qualquer tendência nacionalista onde quer que seja", apelou, em comunicado, o ministro dos Assuntos Exteriores alemão.

Para Heiko Maas, "nenhum outro lugar representa, como Srebrenica, as atrocidades e crimes contra a humanidade" cometidos na década de 1990 nos países da extinta Jugoslávia.

O ministro lembrou que 8.000 homens e mulheres jovens foram assassinados "e, isso, no final do século XX, no centro da Europa, praticamente debaixo dos olhos da comunidade internacional".

"Juntamente com a memória das vítimas, o reconhecimento da responsabilidade criminal dos perpetradores é o principal para reconciliar uma sociedade. Precisamente na Alemanha, estamos comprometidos com isso de maneira muito decidida, também pela nossa responsabilidade perante a nossa própria história", sublinhou.

Neste sentido, Heiko Maas adiantou que a Alemanha sempre apoiou o Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia (TPIJ) e manifestou a sua satisfação por continuar a trabalhar de maneira responsável com o Mecanismo Residual de Tribunais Penais Internacionais.

Porém, segundo o ministro, além dos mecanismos internacionais de justiça criminal, "os próprios países têm a responsabilidade de levar os criminosos à Justiça".

"No dia de hoje, estamos com os nossos corações e a nossa memória com as vítimas do genocídio de Srebrenica e com as suas famílias. A memória deve servir como um impulso para, de maneira consequente, seguir o caminho da reconciliação e da revisão", defendeu.

Após a conquista de Srebrenica em 11 de julho de 1995, mais de 8.000 bósnios muçulmanos foram assassinados, entre 12 e 22 de julho, por soldados do exército sérvio bósnio dirigidos pelo general Ratko Mladic, em Srebrenica e arredores, numa zona, na época, teoricamente protegida pelos capacetes azuis das Nações Unidas (ONU).

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