O secretário Regional da Economia assumiu, hoje, que a "ACIF é um parceiro estratégico do Governo Regional”, constatando, “com agrado”, a convergência de visões em diversas matérias essenciais para a economia da Região. O governante esteve reunido, hoje, com os representantes da ACIF.

Segundo José Manuel Rodrigues, "há pontos de vista comuns entre o tecido empresarial e o Governo, quer a respeito da revisão da Lei de Finanças das Regiões Autónomas, consagrando que o Estado cobre os custos da insularidade, e, designadamente, os sobrecustos em matéria de educação e saúde, quer em relação à criação de um sistema fiscal próprio para a nossa Região”.

O governante aponta "um esforço por parte do Governo Regional, que é de assinalar”, no sentido de aliviar a carga fiscal, referindo-se à redução do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) em cerca de 30%, o máximo permitido pela atual Lei de Finanças, um passo que considera decisivo para apoiar as empresas regionais. Além disso, “há um alívio do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), já previsto no orçamento para o final deste ano, com um compromisso para 2026, já assumido pelo Presidente do Governo Regional, de um desagravamento fiscal de trinta por cento em todos os escalões”.

A aposta na redução da carga fiscal visa fomentar a competitividade, estimular a inovação e criar condições que atraiam investimento, nacional e estrangeiro. José Manuel Rodrigues apontou, ainda, a necessidade de agilizar os apoios às empresas exportadoras, resolver o problema dos activos humanos — através da fixação dos talentos locais e atração de novos profissionais — e criar condições sociais e habitacionais adequadas para integrar essas pessoas, especialmente em setores estratégicos como a hotelaria e o turismo.

Por outro lado, o secretário de Economia, de acordo com comunicado à imprensa, defendeu, ainda, mais autonomia e uma política de coesão forte, que reconheça verdadeiramente o estatuto de excepção das regiões ultraperiféricas da Europa. Nesse sentido, José Manuel Rodrigues aproveitou a ocasião para alertar para a pertinência de um estudo detalhado que incida sobre os custos da insularidade e reiterou a urgência de um sistema fiscal próprio, capaz de impulsionar a captação de investimento, quer nacional quer estrangeiro, a par da fixação de talentos.

António Jardim Fernandes, presidente da ACIF, expressou a satisfação com o encontro, salientando “a abertura de ambas as partes para aprofundar o diálogo”, em prol de uma maior eficácia e eficiência no apoio às empresas. Entre as preocupações partilhadas destacaram-se a transição digital, os apoios à exportação e, ainda, a crise da habitação, problema que “deixou de ser exclusivamente social para se tornar económico”.