A campanha eleitoral para as legislativas de maio começa marcada pelo debate entre todos os partidos, mas também com agenda na estrada, com AD e PS a arrancarem no norte do país.
A gestão pouco transparente que o primeiro-ministro vem fazendo do caso Spinunviva aumenta o clima de suspeição. Por ora, não parece ser um impedimento de nova vitória da AD.
Presidente da Comunidade Intermunicipal receia que "interrupções governativas" atrasem ainda mais a eletrificação da ferrovia, a reabertura do troço Pocinho - Barca d'Alva e a construção do IC 26.
Na nova declaração submetida no portal da transparência dos titulares de cargos políticos, Luís Montenegro acrescentou oito novas empresas para as quais trabalhou.
Questionado sobre a possibilidade de deixar cair um novo pedido de CPI, Pedro Nuno Santos garante que "não mudou de posição em nenhum momento e não há nenhuma contradição".
Pedro Nuno Santos rejeita ter recuado relativamente à Comissão Parlamentar de Inquérito a Luís Montenegro a propósito da Spinumviva, empresa familiar que esteve na origem da queda do Governo.
"Já sei o suficiente para fazer um juízo negativo sobre o primeiro-ministro", afirmou Pedro Nuno Santos. Em reação, Rui Rocha considera "indesculpável" este volte-face que teria poupado uma crise.
Sondagem feita na semana de arranque dos debates dos partidos coloca a AD à frente do PS nas intenções de voto dos portugueses nas legislativas de 18 de maio. Há 11% de indecisos.
No frente a frente com Pedro Nuno Santos, o líder do Chega pisca o olho à coligação PSD/CDS, que quer baixar o IRC, e diz que pode contar com o partido para aprovar a medida sem ficar à mercê do PS.
Bancada socialista duvida da licitude da designação, considerando-a "censurável" e pede ao ministro das Finanças que apresente eventual parecer jurídico em que sustentou a decisão.
O primeiro-ministro não empolga multidões, não carrega nas frases ideológicas, não se distingue mediaticamente. E se, afinal, essa for uma das suas qualidades?
Luís Montenegro rejeita acusações de ocultação de conta bancárias e donativos ao PSD por parte da maior cliente da Spinumviva, ao mesmo tempo que reforça o compromisso com a ética e a transparência.
O mandatário financeiro do PSD afirmou não haver qualquer promiscuidade ou ilegalidade no financiamento do partido, sublinhando que o pico de donativos ocorreu em 2021, antes da atual direção.
O ainda ministro das Finanças já tinha adiantado que há "margem" para continuar com o alívio da carga fiscal. Para este ano, o Governo conseguiu baixar o IRS e o IRC com a viabilização do OE pelo PS.
AD e Livre têm frente-a-frente marcado para esta sexta-feira, na TVI. Mas Rui Tavares só comparece para um frente a frente com Montenegro. Caso contrário, far-se-á representar pela sua porta-voz.
"Nós queremos a legitimação do voto popular para podermos executar o nosso programa, nós queremos ter a maioria dos votos dos eleitores, não queremos nenhum acerto", assegura Montenegro.
Hugo Montenegro, sócio-gerente da Spinumviva desde o final de fevereiro, confirma que a documentação da atividade da empresa já está junta à averiguação preventiva aberta pela PGR.
Hugo Montenegro, sócio-gerente da Spinumviva desde o final de fevereiro, confirma que a documentação da atividade da empresa já está junta à averiguação preventiva aberta pela PGR.
Portugueses inquiridos numa sondagem da Universidade Católica apontam Montenegro como sendo o maior responsável pela crise. Ainda assim, consideram que foi o PS que mais quis ir a eleições.
Em entrevista ao Público e à Renascença, o ex-ministro de Passos Coelho diz que o primeiro-ministro ainda em funções já devia ter suspendido a atividade da empresa familiar.
Primeiro-ministro rejeitou a ideia de estar em campanha na Mercado do Bolhão, onde decorreu a reunião de Conselho de Ministros e aproveitou para fazer o balanço de um ano de governação.