Uma das coisas que me recordo vívidamente da escola primária é um quadro com a pirâmide alimentar. Não apenas era uma referência constante nas aulas como foi ela que me levou a descobrir uma das maiores mentiras da humanidade: um triângulo com a base composta por carbo-hidratos como pão, massa e arroz e um topo com a carne e o peixe. Tal prefigura uma forma errada e muitíssimo perigosa de comer. Pirâmides dos Mitos. Realmente, a mistura da ciência com o dinheiro só pode parir crias cegas gananciosas e a pirâmide alimentar é mesmo essa malformação com muito de interesses da indústria e muito pouco de científico.

Somos animais omnívoros dependentes de grandes ingestões de carne, caçadores e recoletores que comiam quando possível. Só muito mais tarde na evolução adviemos agricultores incorporando grãos como um alimento regular. Daí que a base deva ser carne, ovos e lacticínios, seguida de vegetais. Tudo o que tem muito açúcar - grãos ou até fruta - tem que ser consumido com moderação.

Pior. A nossa condição e evolução biológica não acompanha, como é óbvio, as loucuras na indústria alimentar dos últimos 50 anos. Resultado? Em Portugal, mais de metade da população tem excesso de peso ou obesidade, um grave problema de saúde pública que afeta a longevidade e a qualidade de vida, impactando o SNS fatalmente também.

Somos o que comemos. Como dizia Hipócrates: "Que o alimento seja o teu remédio e que o teu remédio seja o teu alimento." Pena que o homo sapiens sapiens tenha perdido a consciência nutricional (ao contrário dos outros animais), procure prazer instantâneo na comida e não a nutrição, permitindo uma cadeia pejada de produtos tóxicos ou mortais que envenenam os seus próprios filhos ou médicos que não percebem mesmo nada deste tema (nem sequer existe uma única cadeira de nutrição em todo o curso).

Arroz e pães, etc estão carregados de carbo-hidratos que levam a níveis elevados de açúcar no sangue e, por conseguinte, garantem complicações de saúde. Provocam alterações hormonais que causam a adição a estes componentes, gerando um ciclo vicioso. Aliás, a mãe das doenças metabólicas é um nível elevado de açúcar sanguíneo que leva a resistência à insulina.

Aqui mora outro problema - a costumeira recomendação de comer a cada três horas. Outra mentira colossal e global, conhecidos que são os benefícios de jejuns de pelo menos 12 horas, coincidentes com a nossa natureza de caçadores/ recoletores, na qual não havia alimento disponível 24/7.

Portanto, a fraude da Pirâmide é um crime contra a humanidade, perpetrado de forma consciente. Com ele pretende-se não apenas a engorda da população em geral como a engorda de três insaciáveis indústrias- a alimentar, a farmacêutica e a de saúde. Come-se mal, fica-se doente, tomam-se remédios e vai-se ao hospital, sem nunca se resolverem as causas e criando-se pacientes crónicos.

Ou seja, todas estas Big’s vivem em torno da doença. São as indústrias da morte. É por isso que não apenas os médicos nada sabem sobre estilos de vida saudáveis - do desporto ao ar livre, da sauna ao sono, passando pela hidratação - como eles não são promovidos pelos governos. Bem antes pelo contrário ( e não apenas durante a COVID).

De resto, esta cultura da morte atravessa as sociedade contemporâneas noutras áreas (da guerra ao progresso ilimitado) e é dela que temos que nos libertar. Comer e viver bem é hoje a maior rebeldia. Agora, saúde é revolução.

Ativista Política 

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