O encenador e coreógrafo Victor Hugo Pontes vai assumir a direção artística do Teatro Nacional São João (TNSJ) para o quadriénio 2025-2028. A escolha foi feita no âmbito de um concurso internacional que contou com 17 candidaturas, das quais cinco chegaram à fase final de entrevistas. A decisão foi tomada por unanimidade pelo júri e já foi comunicada e aceite pela ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes.

Em comunicado, o TNSJ refere que a escolha recaiu sobre um artista com um “percurso consistente e vibrante, reconhecido nacional e internacionalmente”, que se distingue pela forma como “pensa o palco como um espaço vivo de experimentação formal, de reflexão crítica e de responsabilidade social”. A candidatura de Victor Hugo Pontes, acrescenta a instituição cultural portuense, revelou “um alinhamento consistente com o perfil desejado”.

O novo diretor artístico apresenta uma proposta assente em cinco eixos principais: “sedimentação e renovação de repertório; valorização da criação emergente; diversificação de linguagens e públicos; reforço da dimensão educativa; descentralização e afirmação internacional”. Estes pilares, lê-se no comunicado, procuram conjugar a afirmação da identidade da instituição com “o desejo de nela introduzir novidade e diferença”.

Nascido em Guimarães, em 1978, e atualmente a viver no Porto, Victor Hugo Pontes tem formação em artes plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e em teatro pelo Balleteatro Escola Profissional, tendo prosseguido estudos em dança no Forum Dança. Fez ainda formação com a companhia inglesa Third Angel e com o encenador italiano Pippo Delbono. Durante dez anos, trabalhou como assistente de encenação de Nuno Cardoso.

O seu trabalho tem sido apresentado em vários palcos nacionais e também no estrangeiro, em países como Alemanha, França, Itália, Bélgica, Brasil ou Rússia. De acordo com o TNSJ, Pontes distingue-se por uma “ética colaborativa” e por uma prática artística inclusiva, envolvendo intérpretes com e sem formação em artes performativas e de diferentes faixas etárias.

Em 2019 venceu o Prémio SPA de Melhor Coreografia com o espetáculo “Margem”, depois de já ter sido nomeado com “A Ballet Story” e “Os Três Irmãos”. Em 2017 integrou o programa DanceWeb do festival ImPulsTanz, em Viena, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. A sua experiência na direção artística da associação Nome Próprio conferiu-lhe, segundo o comunicado, uma “comprovada competência organizativa”, em projetos “de considerável escala e complexidade técnica e artística”.

Victor Hugo Pontes iniciará funções no TNSJ em data ainda a anunciar, mas que terá de ocorrer no prazo máximo de três meses após a comunicação da decisão do júri, tal como estipula o regulamento do concurso. O júri foi constituído por Pedro Sobrado, Cláudia Leite, Alexandra Moreira da Silva, Rui Lage e Salvador Santos.