
A Sophos, chama a atenção dos utilizadores para a forma como os seus dados pessoais podem estar a ser utilizados para fins maliciosos em momentos tão simples quanto andar de carro. De facto, é desaconselhável sincronizar o telemóvel ou qualquer outro dispositivo com um veículo – mesmo que seja próprio, mas ainda mais no caso de ser alugado –, uma vez que este pode utilizar a sua conectividade à Internet para fazer uma cópia dos contactos e de outros dados sensíveis e carregá-los para a Internet, muito antes de o utilizador ter a possibilidade de os apagar (por exemplo, quando devolve o carro alugado).
Recentemente, têm-se observado indicadores fortes do crescimento do setor automóvel chinês, nomeadamente no que toca a viaturas elétricas e inteligência a bordo. Segundo um relatório da Inovev, dos 90 milhões de veículos (automóveis, camiões e autocarros) produzidos no mundo em 2024, a estimativa é que 31.3 milhões foram produzidos na China (ou seja, 34% do total mundial). França, por exemplo, também está a seguir esta tendência, com muitos consumidores a optarem agora por automóveis de marcas chinesas como a BYD, Xpeng, Beiking e Hongqi.
Neste contexto, a Sophos recorda que um veículo moderno está equipado com computadores, sensores LIDAR, vários rádios e câmaras externas, para além de atualização aérea, que podem muito bem ser reutilizadas como plataforma de vigilância por agentes mal-intencionados.
“Como acontece com qualquer tecnologia – juntando-se a oportunidade, a necessidade, a intenção e a capacidade –, a tecnologia de bordo pode ser mal utilizada. Os fabricantes de automóveis podem seguir os movimentos dos veículos modernos em tempo real, e é provável que isto seja ainda mais verdadeiro para os veículos elétricos,” afirma Nate Drier, Technical Lead, Red Team da Sophos. “No entanto, esta informação poderia ser utilizada para construir mapas detalhados de um ambiente que engloba tanto o lado físico como o eletromagnético (procurando redes Wi-Fi, as posições das torres de telemóveis, etc.).”