A Galp lançou esta semana a sua primeira Comunidade Solar num grupo industrial da Covilhã, numa iniciativa que marca um novo passo na democratização do acesso à energia renovável em Portugal. Em parceria com o grupo têxtil Paulo de Oliveira, a energética portuguesa implementa um modelo de partilha de energia excedente que combina descarbonização industrial com benefícios diretos para a comunidade local.

Na prática, a energia produzida pelos 14.684 painéis solares instalados na sede da Paulo de Oliveira — com uma capacidade total de 5,2 MWp — será repartida não só com a empresa do mesmo grupo, a Tessimax, mas também com cerca de 1.200 famílias e pequenos negócios da região. A lógica é simples: otimizar o autoconsumo e colocar o excedente energético ao serviço da comunidade, sem necessidade de novos investimentos em infraestrutura solar.

“Este modelo representa uma utilização mais eficiente da rede elétrica e potencia o retorno do investimento feito pelas empresas em energia solar”, destaca Vera Vicente, Diretora de Enterprise da Galp. “Ao mesmo tempo, torna a energia renovável acessível a quem não tem meios ou espaço para instalar painéis solares.”

A nova oferta insere-se nas chamadas Comunidades Solares Galp, que surgem um ano após o projeto-piloto de Caxias e fazem parte de um portefólio mais vasto de soluções de transição energética que a Galp tem vindo a desenvolver. A energética assegura a gestão integral da comunidade: desde a angariação dos consumidores até ao licenciamento e operação do sistema.

Para os aderentes — sejam empresas ou famílias — a proposta é clara: aceder a energia solar local sem necessidade de investimento inicial, com poupanças na fatura que podem chegar aos 60%. No caso dos clientes que já contratualizaram eletricidade e gás com a Galp, há ainda um incentivo adicional até 60 euros durante o período de licenciamento, seguido de um desconto contínuo de 2%.

Este tipo de comunidades vem responder a um desafio estrutural da transição energética: a necessidade de incluir as populações e os pequenos negócios no processo de descarbonização, reduzindo as barreiras financeiras e técnicas. Além disso, reforça a lógica de proximidade e circularidade, ao manter o consumo próximo do ponto de produção, o que contribui para a eficiência do sistema elétrico e para a resiliência das redes.

A Galp oferece também modelos adaptados para empresas sem painéis solares instalados, permitindo-lhes aceder à energia renovável através de contratos sem investimento inicial, aumentando o potencial de adesão ao modelo comunitário.

Num momento em que o setor energético europeu enfrenta desafios de diversificação, sustentabilidade e segurança, esta iniciativa insere-se num movimento mais amplo de descentralização e empoderamento energético. Ao transformar excedentes em valor partilhado, a Galp posiciona-se como agente ativo na transição energética — não só pela via tecnológica, mas também social.