A inteligência artificial está a consolidar-se como prioridade estratégica para as empresas. Segundo o Barómetro Internacional da Inovação 2025, elaborado pela consultora Ayming a partir de respostas de 1.200 líderes empresariais em 17 países, incluindo Portugal, 86% das empresas afirmam já ter um orçamento específico para investigação e desenvolvimento em IA.

A maioria dessas organizações aloca entre 6% e 10% do seu orçamento total de inovação à tecnologia — um sinal claro de que a IA está a ganhar espaço nas estratégias empresariais, com impacto direto em áreas como marketing, atendimento ao cliente, indústria e operações.

Daniel Alves, Head of Innovation & Research da E-goi – plataforma de automação de marketing omnichannel e inteligência artificial, vê esse movimento de perto. Para ele, a IA vem mudando como as marcas se organizam e tomam decisões: “A inteligência artificial deixou de ser uma aposta para virar ferramenta de trabalho. No marketing, vemos cada vez mais empresas usando IA para personalizar ações, automatizar tarefas e melhorar o desempenho das campanhas”, afirma Daniel.

Segundo o especialista, quem já incorpora IA nas suas estratégias de comunicação consegue ganhos visíveis em produtividade, retorno sobre investimento e eficiência operacional. “A IA ajuda a entregar a mensagem certa, pelo canal certo, na hora e dia mais adequados, para a pessoa certa — o que é essencial para que as empresas se destaquem no marketing”, complementa.

Na prática, o uso de IA no marketing digital passa pela criação de conteúdos automáticos, escolha de canais e horários ideais de envio com base em comportamento passado e até a antecipação de necessidades dos consumidores, graças a modelos preditivos. “A automação baseada em IA está transformando o marketing em algo mais estratégico, menos baseado em tentativa e erro, e mais ancorado em dados e contexto”, conclui Daniel.

Com o investimento em IA a ganhar tração e com a maioria das empresas portuguesas já a dedicar orçamento específico à tecnologia, a expectativa é que a inteligência artificial esteja cada vez mais presente nas operações do dia a dia. Para muitas marcas, o desafio deixa de ser “por onde começar” e passa a ser como escalar de forma estratégica, com impacto real na experiência do cliente e nos resultados de negócio.