Qual é a probabilidade de uma mulher com 25 a 35 anos engravidar no espaço de um mês? E com que idade começamos a ficar menos férteis? O exercício físico excessivo afeta a fertilidade? Estas são algumas das questões com as quais os adolescentes se vão deparar ao longo do jogo. Além da sensibilização e promoção da literacia, os responsáveis esperam recolher dados estatísticos sobre o grau de conhecimento dos jovens nesta área.

“Este projeto desafia os estudantes a explorarem e compreenderem melhor o funcionamento do corpo humano e os fatores que podem influenciar a capacidade reprodutiva”, começa por explicar a diretora executiva da APFertilidade, Joana Freire. “Com este jogo, estamos a proporcionar uma abordagem interativa e envolvente para explorar tópicos sensíveis, como os fatores que podem afetar a fertilidade”.

O jogo consiste em quatro cenários com nove questões. Após cada cenário, que representa um nível diferente do jogo, o jogador pode ver quantas estrelas recolheu com base nas suas respostas certas ou erradas. Ganha quem obtiver a pontuação mais alta. Atualmente, a APFertilidade já teve oportunidade de apresentar esta iniciativa em sala de aula e convida todas as escolas a acolherem o projeto.

“Sabemos que é difícil manter os estudantes atentos por longos períodos de tempo. Esta ferramenta, por ter uma natureza tão dinâmica e digital, pode ser uma solução de aprendizagem muito eficaz para abordar este tema. Nas escolas em que aplicámos o projeto, os jovens mostraram-se muito recetivos e os professores fizeram um balanço muito positivo”, diz a diretora executiva da associação. O jogo tem uma duração de 5 a 8 minutos e pode ser jogado no telemóvel ou computador.

Atualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada seis pessoas no mundo sofre de infertilidade. “Estamos confiantes de que este projeto vai aumentar a consciência dos jovens, mas também vai incentivar conversas abertas e construtivas sobre saúde reprodutiva, contribuindo para uma sociedade mais informada e capacitada”, termina Joana Freire.

Para a Fertility Europe, “o conhecimento sobre fertilidade e o foco na geração jovem são de grande importância”, diz a presidente desta entidade, Klaudija Kordic. “Há demasiado tempo que tudo se trata de evitar a gravidez. Agora temos que mudar para aprender mais sobre como garantir que a jovem geração possa permanecer fértil para que possa engravidar quando desejar”.

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