
Um grupo de mais de seis dezenas de peregrinos partiu esta segunda-feira, 5 de maio, do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, em direção ao Santuário de Fátima. A caminhada, com duração prevista de oito dias, reúne pessoas oriundas de vários pontos do Alentejo e do país, num percurso marcado pela fé, introspeção e companheirismo.
Coordenada por Teresa Carvalho, esta peregrinação conta com mais de duas décadas de existência. «Tudo preparado está. Leva um bocadinho de tempo. Sou eu que reorganizo, é que vou preparando», referiu a responsável, sublinhando a dedicação envolvida no planeamento e a confiança que o grupo deposita na organização. Este ano, segundo a coordenadora, há muitos peregrinos a participar pela primeira vez: «Outros já não vão há 12, 13 anos e agora decidiram voltar e ainda são novos».
Apesar de o grupo não divulgar publicamente a iniciativa, muitos participantes chegam por recomendação. «Não publicamos este grupo em nada, nem Facebook, nem jornais. Tudo o que aqui está são pessoas a ver connosco há muitos anos ou que alguém os indicou», explicou Teresa Carvalho.
Entre os participantes encontra-se Gracinda, que faz esta peregrinação há 21 anos. «É necessário, primeiro que tudo, para carregar baterias. Segundo, a fé. É por este caminho até Fátima. (…) É um caminho de muita introspeção, de nos encontrarmos connosco e de pensarmos um bocadinho que é a nossa vida e aquilo que nos move», afirmou, sublinhando ainda o espírito de partilha e amizade que se vive ao longo do percurso.
Ana, que participa pela 11.ª vez, destaca o carácter espiritual da peregrinação: «Temos sempre esperança num mundo melhor. (…) A chegada a Fátima é qualquer coisa que não se pode explicar, só sentindo». A peregrina reforça ainda a importância do caminho como momento de reflexão: «Muitos momentos de introspeção sobre o que deixamos e aquilo que pretendemos para o nosso futuro e para o futuro dos filhos e dos netos».
A acompanhar o grupo segue o padre Mário Tavares de Oliveira. Para o sacerdote, a peregrinação é expressão da procura de Deus: «Cada um tem as suas razões, os seus motivos, mas há uma motivação comum, que é encontrar na nossa vida o espaço para a procura de Deus». O padre Mário destaca ainda o papel de Maria como guia espiritual: «Para chegarmos a Deus o caminho melhor é o caminho de Maria».
Durante os sete dias de caminho e no oitavo dia em Fátima, o sacerdote estará presente para apoiar os peregrinos. «As pessoas procuram conversar, desabafar, ter aquela conversa da vida que às vezes é preciso ter. (…) A estrada é este pretexto para podermos fazer tudo isto», acrescentou.
A peregrinação, que já conta com mais de duas décadas de história, mantém um percurso e paragens habituais. «Já há uma relação de confiança muito grande com os restaurantes, com as instituições. Mesmo quando fecham, abrem. Nós somos um grupo grande e somos amigos», referiu Teresa Carvalho.
O grupo deverá chegar ao Santuário de Fátima no próximo domingo, onde se assinalará o final do percurso com momentos de oração e convívio entre os participantes.