Uma equipa multidisciplinar da Universidade de Aveiro (UA), em colaboração com o Instituto Politécnico do Porto, desenvolveu uma nova tecnologia que poderá revolucionar o diagnóstico e tratamento do cancro. Trata-se de um conjunto de moléculas inovadoras que atuam simultaneamente como agentes de contraste em exames médicos e como agentes terapêuticos no combate a tumores, com menor toxicidade.

A descoberta, agora patenteada a nível nacional, resulta de um trabalho de investigação que envolveu M. Amparo Faustino e M. Graça Neves, do LAQV-REQUIMTE – Laboratório Associado para a Química Verde, Rui Pereira, da Escola Superior de Saúde da UA (ESSUA), Adelaide Almeida, do CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, e Rúben Fernandes, do Politécnico do Porto.

Designadas como “Porfirinas Iodadas”, estas moléculas permitem uma melhoria significativa nas imagens obtidas através de tomografia computorizada (TC) e ressonância magnética nuclear (RMN), ao mesmo tempo que possibilitam a realização de terapia fotodinâmica para destruir células tumorais.

Segundo os investigadores, a grande vantagem destas novas moléculas reside no facto de combinarem, numa só estrutura, propriedades diagnósticas e terapêuticas, melhorando a eficácia clínica e reduzindo o número de substâncias a administrar ao paciente. Além disso, demonstram uma toxicidade inferior face aos agentes de contraste atualmente utilizados, graças à sua afinidade natural pelos tecidos tumorais e à necessidade de doses mais baixas.

Este avanço poderá traduzir-se em diagnósticos mais rápidos e precisos e em tratamentos mais eficazes e menos agressivos, representando uma solução promissora na área do radiodiagnóstico oncológico.