O Juízo Central Criminal de Santarém condenou este mês, 25 dos 33 arguidos acusados de envolvimento numa rede de tráfico e mediação de armas, detenção de armas proibidas e tráfico de estupefacientes, que operava a partir de Santarém.

O caso teve origem numa megaoperação conduzida pela Polícia de Segurança Pública, sob coordenação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que decorreu em julho de 2023, após ano e meio de investigações. A operação mobilizou cerca de 600 agentes no cumprimento de 80 mandados de busca e apreensão em diversas localidades dos distritos de Santarém, Lisboa e Leiria, como Santarém, Almeirim, Cartaxo, Alpiarça, Tomar, Loures, Azambuja, Arruda dos Vinhos e Porto de Mós.

No final da investigação foram apreendidas 76 armas de fogo, cerca de 5.000 munições de vários calibres, pistolas de alarme, carabinas de pressão de ar, armas brancas, bastões extensíveis, uma besta, mais de dois mil euros em numerário e estupefacientes, nomeadamente cocaína.

Dos 33 arguidos, quinze estavam acusados de tráfico e mediação de armas, dezassete de detenção de arma proibida, três de tráfico de estupefacientes e um de catorze crimes de falsificação de documentos. Este último, trabalhador de uma espingardaria em Santarém, utilizava o estabelecimento para dissimular a venda ilegal de munições e armas, falsificando o livro de registos da loja para dar aparência de legalidade às vendas, inscrevendo-as em nome de clientes legítimos, sem o seu conhecimento.

O principal arguido foi acusado de vender estupefacientes, sobretudo haxixe, bem como armas e munições ilegais a terceiros, além de facilitar negócios ilícitos de armas. A sua companheira colaborava nas atividades a partir da residência do casal, revendendo armas e munições.

O tribunal decidiu condenar três arguidos a penas de prisão efetiva, entre 1 ano e 4 meses e 6 anos e 3 meses. Outros oito arguidos foram condenados a penas de prisão suspensas, sujeitas a regime de prova, e catorze foram sancionados com penas de multa por detenção de arma proibida. Oito arguidos foram absolvidos.

Durante o julgamento, ficou patente a extensão e organização desta rede que operava principalmente em Santarém, Entroncamento e Tomar, com ramificações em várias localidades vizinhas.