
O nascimento de mais um bebé numa ambulância, desta feita dos Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal em conjunto com a equipe da VMER Barreiro, levou a Câmara Municipal do Seixal a emitir uma nota de repúdio contra o encerramento das cinco urgências de obstetrícia na península de Setúbal durante este fim-de-semana.
Os operacionais dos Bombeiros assistiram «a mais um parto, enquanto se dirigiam para o Hospital São Francisco Xavier» refere a corporação na postagem feita na rede social Facebook, ««Mas o nosso Miguel decidiu nascer às 02h38 de 20 de Abril».
Segundo a nota da autarquia, o encerramento «de cinco dias das urgências do serviço de ginecologia e obstetrícia, incluindo o bloco de Partos, do Hospital Garcia de Orta, colocou em causa a saúde da população do concelho do Seixal e teve repercussões, que só não foram mais graves devido à competência e profissionalismo dos bombeiros da Associação Humanitário de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal».
Em referência ao parto na ambulância, o município avança ainda com a informação de que «como a urgência do Hospital Garcia de Orta estava encerrada, teve que se dirigir ao Hospital São Francisco Xavier (Lisboa), demorando o dobro do tempo no caminho, o que ocasionou que o bebé tivesse nascido na ambulância».
Por este motivo, «a autarquia repudia totalmente mais este encerramento de um serviço de urgência no Hospital Garcia de Orta, aquele que serve também a população do concelho do Seixal» e citado no documento, o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva, refere que «é inadmissível que encerrem durante cinco dias o serviço de ginecologia e obstetrícia, obrigando assim a que mulheres e grávidas tenham de fazer dezenas de quilómetros para serem atendidas.»
O autarca avança também que «a Câmara Municipal do Seixal tem alertado desde há vários anos para a degradação e a sobrelotação do hospital de Almada, que foi construído para dar resposta a uma população de cerca de 200 mil habitantes e está neste momento a servir mais de 350 mil.
O encerramento sucessivo de serviços de urgência, nomeadamente de obstétrica/bloco de partos, é um sinal preocupante, cujos sucessivos governos parecem não querer ver. É absolutamente necessário que se proceda à valorização das carreiras médicas e de enfermagem de forma a fixar profissionais no Serviço Nacional de Saúde. É cada vez mais urgente que o hospital do Seixal saia do papel e seja construído, dando resposta aos nossos munícipes.»