PERCURSO POLÍTICO. “O meu percurso político foi sempre aliado ao Partido Comunista Português. A nossa campanha não é só nas eleições, andamos todo o ano na rua para, junto dos trabalhadores, mostrar as nossas preocupações e tentar ajudá-los nos problemas que lhes surgem. O meu gosto e a minha escolha pela política vêm desde criança porque tive dois avós que foram presos políticos e em minha casa sempre se falou de política mesmo antes do 25 de Abril e foi esse o caminho que eu escolhi. Acho que somos um país que lutamos pelos trabalhadores, pelo bem-estar da população em geral e temos os nossos objetivos de melhorar. Não é fácil, sei que temos muitos entraves, mas queremos ver se conseguimos chegar a concretizar os nossos objetivos.”

FRAGILIDADES DE CESAR. “Algumas das fragilidades são as passadeiras, pois andaram a alcatroar as ruas e não as puseram, outro é a falta de passeios, pois os passeios que existem são muito desnivelados, o que se torna um problema para as pessoas de mais idade circularem. Temos falta de transportes, só existem mais quando há escola, porque fora disso quase não há. No posto médico também precisávamos de uma rampa para deficientes. Temos já alguns trilhos pedonais para as pessoas caminharem dentro da floresta, mas acho que podemos fazer mais para proteger a floresta e, ao mesmo tempo, evitar os incêndios. Existem pequenas coisas, como os contentores do lixo, pois necessitamos de mais contentores. Queríamos apoiar mais as creches, os jardins infantis. No caso do horário das escolas, agora já temos alguém que esteja antes das 8 horas, por isso, também acho que há algumas coisas a melhorar. Andar em Cesar é um bocadinho perigoso, o excesso de velocidade, principalmente na estrada nacional, é um bocadinho perigoso. Porque tem escolas, tem o ciclo em feijões de onde muitas crianças vêm a pé e é para isso que nós lutamos para ver se melhoram alguma coisa. As pessoas têm reclamado muito do preço da água, que está muito caro.”

DINAMISMO. “Queríamos criar mais dinamismo, fazer com que as associações organizassem um programa mensalmente, para termos sempre alguma coisa a decorrer. Temos a Praça da Liberdade com bastante espaço para uma vez por mês fecharmos o trânsito naquela área, porque tem um parque infantil e se um pai se distrai e as crianças vão para a estrada, pode ser perigoso. Existem pequenas coisas que podemos dinamizar, ajudar as pessoas idosas, pois quem não está num lar, passa o dia em casa fechados. Tem de existir mais coisas que fixem os mais novos, porque os jovens fogem de Cesar para São João da Madeira, porque à noite não temos ali nada, durante o dia tem o parque infantil e pouco mais. Cesar tem muita industrialização e nós queríamos fixar mais as pessoas, aproveitar mais o comércio local porque o comércio esta a morrer.”

PORQUÊ ROSA ALVES? “Não só por ser mulher, mas também porque as mulheres, quer queiram, quer não, ainda são um bocadinho postas de lado. Sou uma pessoa que não tenho estudos, tenho a sexta classe da telescola, mas acho que posso fazer alguma coisa, como conhecida que sou, que posso lutar, é verdade que tenho os meus camaradas, fazemos reuniões assiduamente. Orgulho-me do trabalho que tenho feito. Sou uma pessoa simples, não vou aqui fazer bandeira de que sou doutorada, mas são essas pessoas que a diferença, não precisamos de ser doutores ou engenheiros para estar na política.”