A PSP partilhou um aviso sobre burlas que estão a aumentar visando sobretudo idosos, e que consistem em tentar sacar dinheiro com acusações de falsos acidentes.

Esta burla por falso acidente, explica a autoridade, «é caraterizada por ser exercida de modo presencial, elegendo aos seus autores caraterísticas psicológicas e comportamentais específicas, tais como manipulação, falta de empatia e persuasão, características estas que lhes permitem agir com destreza para enganar e surpreender a boa fé da sua potencial vítima».

As vítimas, são normalmente pessoas idosas, vulneráveis pela idade, doença ou fragilidade económica, e acabam por ser coagidas a entregar quantias monetárias com o recurso à intimidação e/ou ameaça física.

Segundo a PSP, o modus operandi mais utilizado pelos suspeitos consiste numa abordagem à vítima quando esta efetua algum tipo de manobra com a sua viatura, nomeadamente em estacionamentos nas grandes superfícies comerciais.

É nessa altura que abordam a vítima, afirmando que esta embateu na sua viatura, solicitando uma compensação imediata (quantia monetária), utilizando manipulação, pressão psicológica ou mesmo intimidação.

A abordagem pode ser efetuada de imediato, quando a vítima se encontra parada dentro da viatura ou em circunstâncias em que a vítima já iniciou a marcha e é seguida pelo suspeito que se faz transportar numa outra viatura, levando a vítima, através de sinais de luminosos, sonoros ou apenas por gestos, a imobilizar a viatura de forma a perceber o que se passa.

Por vezes, surgem situações em que não há envolvimento direto de viaturas e, ao invés, o suspeito alega um atropelamento, no qual os danos alegadamente provocados foram físicos ou materiais.

O dano no objeto, que normalmente já existia antes do alegado embate, facto que a vítima desconhece.

Quando se trata de danos em viatura, ainda junto da vítima, o suspeito simula um contacto telefónico de voz com uma oficina de reparação automóvel, transmitindo o dano e fingindo receber um valor de orçamento, que, por sua vez, transmite à vítima.

Perante este tipo de situações, a PSP recomenda a máxima atenção e cautela nas decisões, e apela ainda à denúncia de todos os crimes de que se tenha conhecimento.

Nos primeiros três meses deste ano, a PSP recebeu 111 queixas de burlas com falsos acidentes de trânsito, o que representa uma média de uma por dia e um aumento de 47% comparativamente ao período homólogo de 2024.