A Câmara Municipal de Setúbal, em conjunto com as juntas de freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra e de São Sebastião, promove no próximo segunda-feira, 30 de junho, às 21h00, uma nova reunião pública com os moradores da zona de Poçoilos, visando discutir soluções para as contínuas descargas ilegais de resíduos naquela área sensível do concelho.

A sessão terá lugar no polo operacional da Junta de Freguesia de Gâmbia, na Quinta da Serralheira, e surge na sequência do silêncio e da inércia por parte do Ministério Público, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT) e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que, até à data, não tomaram medidas concretas para travar as atividades ilegais em curso.

As autarquias locais consideram inadmissível a continuidade das descargas clandestinas numa zona que apresenta claros riscos ambientais e de saúde pública, sem que as autoridades competentes tenham agido de forma eficaz ou articulada. Perante esta ausência de respostas e soluções institucionais, a Câmara Municipal e as duas juntas de freguesia decidiram regressar ao diálogo direto com a população, de modo a ouvir preocupações e debater possíveis novas formas de atuação local.

Recorde-se que a problemática das descargas ilegais de resíduos em Poçoilos não é recente, tendo sido já alvo de várias denúncias por parte dos moradores, que apontam a existência de depósitos constantes de entulho, materiais perigosos e resíduos industriais em terrenos sem qualquer tipo de fiscalização ou licenciamento.

Apesar das exposições e pedidos dirigidos às entidades governamentais com responsabilidade na área ambiental e de justiça, nenhuma ação concreta foi ainda implementada para travar os infratores ou impedir que a zona continue a ser utilizada como destino clandestino para resíduos. Esta realidade gera um crescente sentimento de revolta e desconfiança entre a população local, que exige respostas rápidas e soluções efetivas.

A reunião marcada para dia 30 pretende, assim, funcionar como um espaço aberto de esclarecimento, partilha de informação e definição de estratégias conjuntas entre poder local e moradores, visando intensificar a pressão sobre as autoridades e avançar para medidas de mitigação e vigilância no terreno.

“A nossa obrigação é proteger o território, as pessoas e o ambiente. Não podemos assistir passivamente à degradação de Poçoilos”, defendem as autarquias locais, numa posição que volta a colocar o combate às descargas ilegais como prioridade política e ambiental.

A autarquia e as juntas garantem que não baixarão os braços enquanto o problema persistir e prometem reforçar as diligências junto das entidades responsáveis, caso continue a faltar uma resposta institucional firme e eficaz.