
Os utentes da travessia fluvial entre o Seixal e Lisboa continuam a relatar dificuldades na utilização deste serviço essencial, que permanece aquém das necessidades reais da população. A Câmara Municipal do Seixal denunciou esta situação, salientando que o suposto reforço de ligações anunciado pela Transtejo não se verificou de forma eficaz, tendo mesmo ocorrido cortes em horários de maior procura.
Segundo informações transmitidas por utentes e pela Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal, houve apenas um acréscimo de quatro ligações nos dias úteis, distribuídas entre as 10h e as 20h, o que exclui os períodos mais críticos de mobilidade: as horas de ponta. Pelo contrário, verificaram-se reduções de duas ligações entre as 6h e as 10h e de mais duas após as 20h, o que representa um retrocesso na oferta, sobretudo para quem depende do transporte para se deslocar para o trabalho.
A autarquia do Seixal considera inaceitável esta situação e já solicitou uma audiência urgente à administração da Transtejo, no sentido de encontrar soluções concretas. «O reforço de ligações anunciado pela administração da Transtejo/Soflusa não corresponde à realidade e tão pouco às necessidades efetivas dos utentes», declarou o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva.
O autarca lamenta ainda que a supressão de carreiras e os constantes atrasos estejam a prejudicar a confiança dos utentes no serviço público. «A população do Seixal não pode continuar a ser prejudicada nas suas deslocações para o trabalho, merecendo respeito e dignidade nos meios públicos de mobilidade», frisou.
Entretanto, continua a não haver alterações no serviço aos fins de semana e feriados, perpetuando as dificuldades para quem necessita de se deslocar nestes dias. A comunidade local exige medidas urgentes e eficazes, considerando que o atual estado das ligações fluviais compromete gravemente o direito à mobilidade e a qualidade de vida dos munícipes.