A atividade económica na zona euro registou uma queda em maio pela primeira vez em cinco meses, afetada pela redução das novas encomendas e pela diminuição da atividade empresarial, especialmente no setor dos serviços.

O índice PMI (Purchasing Managers’ Index) HCOB, é um indicador econômico que mede a atividade total da região, caiu para 49,5 pontos em maio, contra 50,4 pontos no mês anterior, colocando-se abaixo do limiar de 50 pontos, que indica expansão da atividade.

O declínio na atividade económica foi acompanhado por um abrandamento na criação de emprego, após um breve período de crescimento nos dois meses anteriores, embora tenha havido um ligeiro aumento no setor dos serviços, este foi compensado pelos declínios na indústria transformadora, que têm refletido a diminuição das novas encomendas, uma tendência que se acentuou em maio.

A atividade económica total na Alemanha diminuiu pela primeira vez em 2025, juntando-se à tendência de contração já observada na França, onde a atividade caiu pelo nono mês consecutivo.

Este cenário reflete um panorama mais desafiador para a economia da zona euro, com a queda nas novas encomendas a afetar negativamente o setor dos serviços, que há muito representa uma das áreas de maior crescimento na região.

Em termos de preços, o setor da indústria transformadora viu uma queda nos custos de produção pelo segundo mês consecutivo, no entanto, o setor dos serviços registou aumentos ligeiramente superiores aos de abril.

A inflação nos preços de venda abrandou para o mínimo de sete meses, já que as tarifas mais elevadas cobradas pelos serviços foram em parte compensadas pela queda dos preços na indústria.

Cyrus de la Rubia, economista-chefe do HCOB, explicou no relatório que os esforços das empresas para se anteciparem às tarifas podem ter ajudado o setor da indústria transformadora a aguentar-se um pouco melhor recentemente, com a queda nos preços da energia, a principal pressão de custo parece ser o aumento dos salários.

Em relação à política monetária, De la Rubia sugeriu que, apesar da desaceleração da atividade, o Banco Central Europeu (BCE) provavelmente continuará a aplicar cortes cautelosos nas taxas de juro, especialmente considerando o declínio nos preços de compra no setor industrial.

A perspetiva de uma política monetária mais restritiva permanece como um fator importante para a estabilidade económica da zona euro nos próximos meses.

O relatório reflete uma combinação de desafios para as economias da zona euro, com a diminuição da atividade nos principais países da região, o abrandamento no crescimento da criação de emprego e uma inflação ainda persistente, especialmente no setor dos serviços.