A proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), apresentada recentemente pelo Governo, delineia várias medidas com impacto direto na economia e na vida dos portugueses. A previsão é de um crescimento económico de 1,8% para 2024 e de 2,1% para 2025. Segundo o Banco de Portugal, espera-se que a inflação desça para 2,6% este ano e se estabilize em 2% até 2026 , alinhando-se com o objetivo de estabilidade de preços da Zona Euro. O OE2025 propõe também um aumento dos escalonamentos de IRS em 4,6%, o que deverá proporcionar algum rompimento fiscal, especialmente para os rendimentos mais baixos. Além disso, o governo planeia investir 2.400 milhões de euros na expansão das redes de metro em Lisboa, Porto e Odivelas/Loures. Este investimento sublinha o compromisso com a mobilidade urbana sustentável, pretende melhorar a infraestrutura de transporte público e reduzir o trânsito nas principais áreas metropolitanas

O orçamento inclui ainda um aumento real dos avanços em 4,6% para 2024, com o objetivo de fortalecer o poder de compra e incentivo o consumo interno. O Banco de Portugal projeta uma evolução positiva do mercado de trabalho, evitando um crescimento do emprego e estabilidade na taxa de desemprego. Esta valorização salarial, de acordo com o banco central, será fundamental para a recuperação económica e para reduzir as pressões inflacionistas a médio prazo. Apesar das estratégias otimistas, o cenário global continua marcado pela incerteza, especialmente devido à tensão geopolítica e à volatilidade dos preços das matérias-primas. O Banco de Portugal sublinha a necessidade de manter uma vigilância rigorosa sobre estas pressões externas, que podem influenciar a capacidade de atingir o país nas suas metas económicas. O governo, no entanto, está confiante de que Portugal conseguirá alcançar uma trajetória de crescimento sustentável e estabilidade financeira.

O Orçamento do Estado para 2025 destaca-se ainda pela sua tentativa de abordar temas críticos como a sustentabilidade e a transição energética. Parte dos investimentos planeados será direcionada para infraestruturas verdes e a modernização de setores estratégicos, numa tentativa de preparar o país para os desafios das mudanças climáticas e da transição para uma economia de baixo carbono. Esta abordagem reflete o compromisso do governo em alinhar Portugal com os objetivos de sustentabilidade da União Europeia e com as metas condições no Pacto Ecológico Eur

Paralelamente, o OE2025 inclui também planos de reforço nos setores da saúde e educação, com aumentos significativos de investimento. A saúde será uma área prioritária, com um aumento do financiamento destinado a melhorar as infraestruturas hospitalares e a reduzir os tempos de espera. Já na educação, o orçamento prevê um investimento em infraestruturas escolares e na digitalização do ensino.

o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) pode ter nas regiões mais desfavorecidas e no interior do país, um ponto crítico para muitos portugueses. Historicamente, as políticas orçamentais têm focado principalmente nas áreas metropolitanas, onde se concentram a maioria dos investimentos e as infraestruturas de transporte. No entanto, o interior do país continua a enfrentar desafios como o despovoamento, a falta de acesso a serviços de saúde e educação de qualidade, e uma economia local frágil

O OE2025 propõe alguns incentivos para revitalizar o interior, como o apoio às pequenas e médias empresas (PMEs) através de programas de subsídios e redução de impostos sobre atividades económicas consideradas estratégicas para o desenvolvimento local. Para além disso, há expansão de investimento em infraestruturas de comunicação, expandindo o acesso à internet de alta velocidade, que se tornou essencial para a integração digital e competitividade das regiões mais afastadas d

Outro ponto relevante no OE2025 é a aposta na formação e qualificação profissional, com o objetivo de adaptar a força de trabalho portuguesa aos setores emergentes da economia verde e digital. Esta abordagem visa não só melhorar a empregabilidade, mas também tornar o país mais competitivo e atrair investidores estrangeiros. As novas políticas de incentivo à formação refletem o reconhecimento da necessidade de uma transição para uma economia baseada no conhecimento e na inovação, alinhada com as tendências globais de desenvolvimento

No entanto, apesar destas medidas promissórias, ainda subsistem dúvidas sobre a sua efetividade e capacidade de transformar a economia do interior. Muitas perguntas se o OE2025 será realmente capaz de garantir uma distribuição equitativa dos recursos e se as promessas de desenvolvimento chegarão a populações mais isoladas. O sucesso destas políticas dependerá, em grande medida, da sua implementação prática e do compromisso do governo em acompanhar e ajustar as medidas.