Algarve, Portugal
26 de Maio a 6 de Junho de 2025

O LAUV (“Light Autonomous Underwater Vehicle”), desenvolvido pela empresa portuguesa OceanScan, em uso pelo Destacamento de Mergulhadores Sapadores N.º 3 (DMS3) da Marinha Portuguesa, suportados no Navio Patrulha Oceânico NRP Tejo (P590), a operar a partir do Ponto de Apoio Naval (PAN) de Portimão, no Algarve, no treino “Full Spectrum Mine Countermeasures (MCM)”, de 26 de Maio a 6 de Junho de 2025. Este treino está enquadrado no aprontamento do DMS3 com vista à sua projecção, no segundo semestre de 2025, junto do “Standing NATO Mine Countermeasures Group One” (SNMCMG1).

 

O LAUV é um veículo subaquático ligeiro, de funcionamento autónomo, projectado para missões oceanográficas, hidrográficas, de segurança e vigilância. Com um comprimento entre os 1,15 e 2,30 metros e uma massa entre os 15 e os 35 quilogramas (conforme módulos equipados), com um diâmetro de 15 centímetros, e capaz de operar até uma profundidade de até 100 metros, com uma velocidade de até 5 nós, numa janela de operação que pode ir das 8 até às 48 horas.

De arquitectura modular, o LAUV pode ser equipado, além de sensores do contexto científico, com sensores de perfil para operações militares, nomeadamente sonar de varrimento lateral (para detecção e classificação de minas), sensores magnéticos e acústicos (para localização de ameaças submarinas), bem como sistemas de navegação GPS, INS (“Inertial Navigation System”), DVL (“Doppler Velocity Log”) e USBL (“Ultra-Short Baseline”). Dispõe ainda de módulos de comunicação acústica, Wi-Fi, GSM/HSDPA (“High-Speed Downlink Packet Access”, 3G), satélite (Iridium), e de camaras digitais de alta-resolução com iluminação. Na componente de “software”, e além da aplicação de controlo remoto, a plataforma LAUV conta com o sistema NEPTUS de comando e controlo distribuído que permite planear, simular e executar missões envolvendo vários veículos em simultâneo.

A OceanScan Marine Systems & Technology (MST) Lda., criada em Fevereiro 2008, resultado de um “spin-off” do Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, é uma empresa privada portuguesa com o objectivo de desenhar, desenvolver, produzir e comercializar equipamentos orientados ao contexto subaquático e às missões de pesquisa, monitorização e inspecção sobre o mesmo. Fundada e dirigida por Alexandre Jorge Arada de Sousa tem a sua sede no Polo Mar do UPTec (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto) em Leça da Palmeira, Matosinhos.

O treino “Full Spectrum Mine Countermeasures (MCM)”, lit. “Espectro Completo de Contra-medidas face a Minas”, compreende o uso de diferentes técnicas e ferramentas de localização, identificação e neutralização de minas; o uso de sistemas de operação remota e autónoma; a partilha de dados e coordenação com outros meios e equipas; e a operação em diferentes contextos marítimos (desde portos e ancoradouros, a águas costeiras e diferentes elementos de fundo rochoso e/ou arenoso).

A Marinha Portuguesa conta com três Destacamentos de Mergulhadores Sapadores (DMS): o DMS1 especializado em acções de inactivação de engenhos explosivos (EOD, “Explosive Ordnance Disposal”); o DMS2 especializado em acções de busca e salvamento; e o DMS3 especializado em acções de contramedidas de minas e guerra de minas.

Foto em operação via Marinha Portuguesa
Artigo publicado em parceria com “Espada & Escudo”