

Joaquim Luís Costa
Licenciado em Ciências Históricas, mestre e doutor em Ciência da Informação. Historiador.Apresento efemérides que devemos comemorar em 2025.
Sem o intuito de exaustividade, pois nem seria possível, assinalo efemérides que merecem ser celebradas e outras já agendadas e com programas definidos. Os acontecimentos a mencionar devem servir para recordar que pertencemos a um país e a uma região, e devemos estar orgulhosos do nosso passado e da nossa cultura.
Para celebrar a história de Portugal, menciono o importante ano de 1125, por três razões e todas relacionadas com o nosso primeiro rei.
Neste ano de 2025, comemoramos os 900 anos de Afonso Henriques, com apenas 14 anos, se ter armado a si próprio Cavaleiro na catedral de Zamora, no domingo de Pentecostes. Esse ato foi um momento simbólico para afirmar o desejo de querer fundar um reino independente.
Neste âmbito, a Sociedade Histórica da Independência de Portugal está a preparar um programa comemorativo que se inicia a 8 de junho, domingo de Pentecostes, em… Zamora!
Curiosamente, celebramos também os 900 anos do nascimento de Mafalda de Saboia, primeira rainha de Portugal, desde 1146 até à morte, pelo seu casamento com D. Afonso Henriques.
Igualmente relacionado com o nosso monarca, há quem considere que nesse ano de 1125 ocorreu a fundação do Mosteiro de Santa Maria de Cárquere, em Resende. Esta teoria baseia-se numa inscrição que estava gravada nas paredes da casa da Residência e que foi interpretada por frei Teodoro de Melo, em 1732. De recordar, que, segundo a lenda, o mosteiro terá sido edificado em agradecimento pela cura de Afonso Henriques, no local onde existira uma igreja.
O ano de 2025 ficará de igual modo assinalado pelas comemorações do quinto centenário da morte de Vasco da Gama (1468-1524). Embora tenha falecido a 24 de dezembro de 1524, véspera de Natal, as comemorações vão decorrer sobretudo este ano, com diversos eventos históricos e culturais, sob a tutela do Ministério da Cultura, em colaboração com outras instituições. As celebrações tiveram início em 16 de dezembro de 2024, na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, com a colocação de uma coroa de flores no túmulo do navegador.
Na literatura, não nos podemos esquecer que continuam as celebrações do quinto centenário do nascimento de Luís de Camões, iniciadas no ano anterior. Também neste ano, celebramos o nascimento de Camilo Castelo Branco, ocorrido a 16 de março de 1825, em Lisboa. Camilo foi um dos mais importantes escritores nacionais, sendo considerado o criador da novela passional portuguesa, de que a obra Amor de Perdição, de 1863, é exemplo.
Na música, comemora-se o centenário do nascimento de Carlos Paredes, um dos grandes mestres da guitarra portuguesa, que nasceu em Coimbra a 16 de fevereiro de 1925.
Em termos religiosos, 2025 é Ano Jubileu. No próximo mês, escreverei sobre este assunto.
Para a sub-região do Tâmega e Sousa – e não obstante ter já referido o eventual aniversário do Mosteiro de Cárquere – devo destacar o falecimento de D. João Martim de Soalhães, em 1325, que foi bispo de Lisboa (1294-1313) e arcebispo de Braga (1313-1325), de entre outros cargos. Perante o sétimo centenário do seu falecimento, seria útil para a sub-região, logo para todos nós, que se realizasse uma homenagem evocativa da sua vida e obra.
Perante a variedade de efemérides, participe! É bom recordar quem somos, através de factos e personalidades da nossa história e cultura. Para não se esquecer, marque na sua agenda.