Mariana Vieira da Silva, ex-ministra dos governos de António Costa, afirmou estar disponível para ajudar o Partido Socialista (PS) a encontrar um “caminho de união” após a pesada derrota nas últimas eleições.

Em entrevista à SIC Notícias, a socialista sublinhou que nunca excluiu a possibilidade de uma candidatura à liderança do partido, mas rejeitou pressa no processo, defendendo que o PS deve dedicar o tempo necessário para uma reflexão profunda.

A deputada pelo PS por Lisboa nas últimas eleições destacou que, após a derrota, é crucial um “processo alargado de discussão interna” dentro do partido, para que se possa identificar a pessoa mais capaz de liderar o PS no “duro trabalho” que tem pela frente.

Para Mariana Vieira da Silva, não deve ser considerado um direito “reforçado ou prioritário” para qualquer candidato apenas pelo facto de já ter demonstrado interesse na liderança, como é o caso de José Luís Carneiro, ex-ministro da Administração Interna.

“José Luís Carneiro tem o direito de se candidatar, e eu respeito essa disponibilidade, mas o PS precisa de tempo para refletir e perceber que mais pessoas estão disponíveis para ajudar”, afirmou.

Ainda acrescentando que é importante evitar uma apresentação “autónoma” de candidatos sem um trabalho prévio de união dentro do partido.

A ex-ministra lembrou ainda que a primeira prioridade deve ser a reflexão sobre a derrota, e não a pressa em definir um novo líder.

“Não há eleições em breve, por isso devemos ponderar, ouvir-nos uns aos outros e dialogar. Para esse trabalho, estou disponível”, afirmou, enfatizando a necessidade de um processo que contemple todas as sensibilidades do partido.

Mariana Vieira da Silva reiterou que a sua disponibilidade para ajudar o PS a recuperar a confiança dos portugueses não exclui qualquer forma de colaboração, incluindo a liderança, mas frisou que a pressa não será uma aliada nesse processo.

A socialista concluiu que, mais do que uma decisão rápida, o PS precisa de tempo para refletir e definir o futuro da liderança com base em uma análise profunda da situação atual.