Na sequência de recentes declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, que qualificou Donald Trump como um “ativo russo”, surge uma questão pertinente: estariam as relações diplomáticas entre os Estados Unidos e Portugal a ser afetadas por estas afirmações?

Orlando Samões, especialista em relações internacionais e professor na Universidade Católica Portuguesa, considera que a pergunta é legítima. Em entrevista à CNN Portugal, Samões analisou o contexto das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, destacando que, embora o Presidente português tenha direito à liberdade de expressão, as suas palavras podem ter repercussões nas relações bilaterais entre os dois países.

A tensão diplomática entre Portugal e os Estados Unidos poderia ser exacerbada se as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa fossem interpretadas como uma crítica direta à política externa americana ou como uma tomada de posição favorável à Rússia. No entanto, Samões ressalta que é necessário analisar o contexto completo das declarações para compreender plenamente as suas implicações.

Além disso, o recente ataque maciço em Kiev, atribuído à Rússia, adiciona complexidade ao cenário. A condenação de ações russas por parte de líderes europeus, incluindo Portugal, é uma posição comum, mas é crucial que as declarações sejam formuladas de maneira a evitar mal-entendidos ou interpretações errôneas por parte de aliados internacionais.

Em resumo, enquanto as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa podem ser vistas como uma expressão legítima de opinião, é fundamental que a diplomacia portuguesa continue a monitorizar as reações internacionais e a manter um diálogo aberto com os Estados Unidos para preservar as relações bilaterais.