Resumo nacional

A Aliança Democrática venceu as eleições legislativas com 32.1% dos votos e elege 89 deputados – com os deputados dos círculos do estrangeiro ainda por contar. Contudo, este número é insuficiente para que PSD e CDS (AD) tenham uma maioria na Assembleia da República que viabilize um programa de governo e vão ter mesmo de procurar dialogar com outros partidos para viabilizar o Governo e o Orçamento de Estado.

O partido Chega (22.56%) ampliou o seu grupo parlamentar em, pelo menos, mais 8 deputados eleitos, empatando com o Partido Socialista (23.38) nos 58 deputados eleitos, num dia marcado por uma derrota histórica dos socialistas que culminou na demissão de Pedro Nuno Santos. Este cenário impossibilita uma solução de Governo viável, com Luís Montenegro a pedir responsabilidade e “sentido de Estado” aos líderes do Chega e a uma futura direção do PS.

A Iniciativa Liberal (5.53%), apesar de contar com menos votos em relação a 2024, conseguiu ampliar a sua bancada parlamentar, elegendo 9 deputados. Já o Livre (4.20%) tem mais votos que nas últimas legislativas e elege também mais um deputado. A Coligação Democrática Unitária (3.03%), apesar das previsões, conseguiu manter a sua representação parlamentar, perdendo apenas um deputado em Lisboa.

O Bloco de Esquerda (2%) perde mais de metade dos votos obtidos em 2024 e perde representação, ficando reduzido a uma deputada. Já o partido Pessoas Animais e Natureza (1.36%) mantém a deputada única, apesar de ter perdidos votos. Existe um novo partido com assento na Assembleia da República, o partido regional Juntos Pelo Povo, que elegeu um deputado pelo círculo eleitoral da Região Autónoma da Madeira, consolidando a tendência de crescimento desde as últimas Eleições Regionais da Madeira.

Resumo regional

Em Setúbal foi o partido Chega (SET 26.38%) que ficou à frente em votos e em deputados eleitos, elegendo assim 6 deputados neste círculo eleitoral, ultrapassando o Partido Socialista (SET 24.97%) e o Partido Social-Democrata (SET 21.01%), que elegeram ambos 5 deputados. A derrota do Partido Socialista neste distrito pode indicar uma dispersão destes votos para o PSD, CDU e Livre.

A Coligação Democrática Unitária (SET 7.12%) contraria a tendência de derrota da esquerda em Setúbal e elege a deputada Paula Santos no Distrito, mantendo-se assim como a quarta força política da região, sem alterações significativas na quantidade de votos, um resultado favorável à coligação PCP e PEV que mantém assim a líder da bancada parlamentar.

O partido Livre (SET 5.84%) aumenta a sua votação em Setúbal e reelege deputado. Este aumento do Livre na região foi proporcional à queda do Bloco de Esquerda (2.66%), que não elege nenhuma deputada, deixando Joana Mortágua de fora do parlamento. A Iniciativa Liberal (SET 5.51%) foi a última força política a eleger neste círculo eleitoral, com uma deputada eleita e um ligeiro aumento na votação relativamente às últimas legislativas.

Estas alterações no panorama político do Distrito de Setúbal dão lugar a uma nova legislatura onde a direita sai reforçada tanto ao nível nacional como no distrito, porém, será difícil encontrar soluções de Governo viáveis para o país, sendo que Pedro Nuno Santos já se demarcou do próximo cenário político, André Ventura festeja aumento sem dizer se vai dialogar com a AD, e Luís Montenegro mantém uma postura intransigente, chamando à responsabilidade os restantes partidos, não sendo possível formar governo com o seu parceiro preterido, a Iniciativa Liberal.