
Na primeira ocasião em que as eleições autárquicas vão ser disputadas numa coligação entre o PSD e o CDS no concelho do Seixal, é Bruno Vasconcelos que encabeça a lista sob o mote ‘Sem Muros’.
Actual vereador eleito pelo PSD, o candidato apresentou os pilares em que se baseia o seu programa eleitoral, bem como a lista de candidatos às seis freguesias do concelho do Seixal e o candidato a presidente da Assembleia Municipal, Rui Belchior Pereira.
A iniciativa, que decorreu na zona ribeirinha do Seixal, contou com a presença de alguns deputados do PSD e CDS, entre eles o anterior vereador do PSD no Seixal, Paulo Edson Cunha, o secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Ribeiro e o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que protagonizou um pequeno episódio que viria a marcar parte dos discursos.
Durante a confraternização antes dos discursos, um transeunte injuriou os presentes por pertencerem ao PSD, e ainda dirigiu alguns impropérios a Miguel Pinto Luz, afirmando que este pertencia à Maçonaria, e que não tinha medo de ninguém, numa atitude algo intimidatória, que levou mesmo à intervenção da segurança e de alguns elementos da PSP.
Minutos depois, as intervenções da tarde começaram, com o presidente da Comissão Política do PSD Seixal, Rui Belchior Pereira, que relembrou tratar-se da primeira vez que o Partido concorre em coligação no concelho.
“Temos de lutar e fazer uma campanha para ganhar, aproveitando o tempo que vivemos para conseguir a vitória e, finalmente, transformar o Seixal.”
João Pinho de Almeida, deputado e vice-presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP, referiu “os momentos de hostilidade que se viveram à pouco, e que se hoje foi dirigida ao ministro, sabemos que todos os dias é vivida em certos concelhos, pelos eleitos dos partidos que não são da maioria, e que se julgam donos dos votos de todos”.
“O Seixal é um diamante por lapidar”, referiu Miguel Pinto Luz, que não deixou escapar os momentos tensos ocorridos. “Senti hoje na pele a adversidade, que é uma realidade para os nossos candidatos. Mas não nos intimidam nem nos páram, e isto só nos dá mais força para trabalhar em nome dos cidadãos”.
Dirigindo-se ao candidato, frisou que “o Seixal deixou de estar sozinho, deixou de existir o ‘lado de cá e o lado de lá’. Por isso o projecto que tens em mãos, e para o qual não estarás sozinho, trará também uma esperança de viragem, e não apenas no Seixal, mas em todo o distrito de Setúbal, nestas autárquicas.”
Para o ministro, “as pessoas estão cansadas deste imobilismo, deste ‘jamai, jamai!’ neste território. E por isso é que o PSD vai avançar com um novo aeroporto na margem sul, entre outros projectos estruturantes, sendo que o maior investimento deste Governo AD será precisamente neste território, em projectos marcantes e mobilizadores.”
‘As nossas propostas são ambiciosas mas realistas’
Bruno Vasconcelos começou a sua intervenção com um pequeno balanço dos últimos quatro anos, “em que o PSD apresentou centenas de propostas e escrutinou o trabalho da Câmara Municipal, e assim honrámos e fomos a voz de todos os que nos elegeram, mesmo estando sozinho perante a frente composta pelo PCP, PS e Chega”.
Para o candidato, a nova candidatura “é um grande desafio, mas também uma grande oportunidade, para desenvolvermos um Seixal sem o muro de Berlim.
As propostas que apresentamos, baseadas nos cinco pilares de saúde, mobilidade, segurança, habitação e transparência, são ambiciosas, mas realistas, para ‘todos, todos, todos’, citando o Papa Francisco.
São cinco décadas de gestão do PCP, numa Câmara Municipal que tem mais de 500 milhões de euros, mas onde continuamos a ver um concelho estagnado, um concelho que só precisa de uma alternativa sólida.
E o Seixal também não pode continuar a ser uma ‘prateleira dourada’ para todos os ex-autarcas da CDU, como tem sido até agora.”
Além das propostas que apresentou para o concelho, Bruno Vasconcelos aproveitou a presença do ministro das Infraestruturas para fazer um pedido no campo da mobilidade: “não se esqueçam de que é muito, muito urgente a construção do túnel entre a Trafaria e Belém, para resolver uma grande parte dos problemas de quem tem de viajar diariamente para Lisboa. Este é uma solicitação do PSD Seixal desde 2015.”