
Pacientes com suspeitas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) foram encaminhados para o Hospital de Chaves, unidade hospitalar com Via Verde AVC, apesar de o equipamento de tomografia axial computorizada (TAC) estar fora de serviço, uma situação que erá conhecida apenas pela administração do hospital.
O caso, revelado pela CNN Portugal, levou à abertura de um processo de esclarecimento por parte da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
A IGAS confirmou em nota publicada no seu site que, por despacho do Inspetor-Geral, foi instaurado no passado dia 16 de maio um processo de averiguação.
A decisão surge “no seguimento de notícias relativas ao encaminhamento de utente com suspeita de AVC para o Hospital de Chaves (…) onde o equipamento para realizar uma TAC não estaria a funcionar”.
De acordo com a reportagem da CNN, o hospital está sem TAC desde o início de maio, mas mesmo assim continuou a receber doentes com sintomas compatíveis com AVC, nestes casos, os utentes foram posteriormente reencaminhados para o Hospital de Vila Real, localizado a cerca de uma hora de distância.
A TAC é um exame essencial no contexto de um AVC, pois permite distinguir entre um AVC isquémico e um hemorrágico — diferenciação que é crítica para determinar o tratamento adequado.
Contactada pela agência Lusa, a Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULSTMAD), responsável pelo Hospital de Chaves, assegura que a instalação de um novo equipamento de TAC “decorre de forma planeada e organizada”, e que foram definidas medidas para mitigar o impacto na resposta assistencial, incluindo comunicação prévia ao INEM e às direções de serviço envolvidas.
A ULSTMAD adiantou ainda que o novo TAC estará em funcionamento na próxima segunda-feira, dia 26 de maio, retomando-se então a normalidade no serviço de imagiologia da unidade hospitalar.
Este incidente levanta questões sobre a transparência da gestão hospitalar e a segurança na triagem e atendimento de casos urgentes, especialmente num contexto crítico como o AVC, em que o tempo é um fator determinante para a sobrevivência e recuperação dos pacientes.