
A Câmara Municipal da Guarda e as Juntas de Freguesia de Castanheira, Cavadoude, Porto da Carne, Pousade-Albardo, Vila Fernando, Vila Garcia, Rochoso-Monte Margarida, Vila Cortês do Mondego e Sobral da Serra uniram-se para reiterar publicamente a sua profunda preocupação com o encerramento de várias Extensões de Saúde no concelho e para exigir uma resposta urgente por parte do Ministério da Saúde, da Direção-Geral da Saúde e da Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS).
Esta tomada de posição conjunta, formalmente apresentada em ofício dirigido à Presidente do Conselho de Administração da ULS da Guarda, Dr.ª Rita Figueiredo, é motivada pelo legítimo apelo das populações que, diariamente, enfrentam dificuldades reais no acesso a cuidados de saúde, num território vasto, marcado por uma população envelhecida, recursos limitados e mobilidade reduzida.
O encerramento das Extensões de Saúde nas freguesias do Porto da Carne e Rochoso-Monte Margarida, e a degradação dos serviços em Vila Fernando e Castanheira, representam, segundo os autarcas, um grave retrocesso na garantia de um direito fundamental consagrado na Constituição da República Portuguesa: o acesso à saúde.
“Não pedimos mais do que aquilo que nos é devido. O acesso à saúde é um direito e não pode ser negado às populações do interior”, afirma o Presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, que subscreve o apelo conjunto.
A reabertura imediata destes serviços é encarada como uma necessidade inadiável, não apenas para garantir a dignidade e bem-estar da população local, mas também como um instrumento estratégico de combate à desertificação e à perda de coesão territorial. Os autarcas reforçam que um serviço público de saúde de proximidade é uma alavanca fundamental para a fixação de jovens e famílias no concelho.
Reconhecendo a importância da modernização dos serviços de saúde e da adaptação às novas formas de trabalho, os representantes locais alertam, contudo, para a urgência de se atender à realidade concreta do território, evitando soluções padronizadas que penalizam os territórios mais frágeis.
Este é um apelo sério e solidário, que exige ação e compromisso. Os autarcas deixam claro que, apesar da sua postura colaborativa e resiliente, não baixarão os braços até que seja reposta a justiça social e territorial para as gentes da Guarda. Esta tomada de posição vai ao encontro, também, de várias moções aprovadas em Assembleia Municipal sobre este mesmo assunto.