Os trabalhadores do Metro de Lisboa vão iniciar, a partir de sexta-feira, dia 23 de maio, uma greve de 30 dias, com foco na recusa de realizar horas suplementares e de colaborar em eventos especiais, segundo informação divulgada pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).

Esta greve pode ter impacto significativo, nomeadamente na final da Liga dos Campeões de Futebol Feminino, marcada para sábado, dia 24 de maio, e nas festividades dos Santos Populares, que irão decorrer ao longo do mês de junho em Lisboa.

Em declarações à Lusa, Sara Gligó, representante da Fectrans, explicou que a greve visa, principalmente, a luta pelo aumento do subsídio de almoço e pela redução da carga horária semanal para as 35 horas.

“Os trabalhadores não servem só para os eventos especiais, ao contrário do que parece ser a visão da empresa, que vive apenas para os eventos”, afirmou a sindicalista.

Além dos pedidos relacionados com a melhoria das condições remuneratórias, os trabalhadores exigem a reposição imediata dos efetivos em falta, uma vez que, de acordo com os sindicatos, a empresa tem recorrido a trabalho suplementar devido à falta de pessoal nas áreas operacionais.

A Fectrans denuncia que, apesar de a empresa solicitar novos trabalhadores, o Governo não tem concretizado o recrutamento necessário.

A greve pode vir a afetar diretamente o funcionamento do Metro de Lisboa, com tempos de espera mais longos e atrasos na manutenção das composições, uma vez que a empresa depende do trabalho suplementar para colmatar a falta de pessoal.

“Tudo depende da empresa. Os sindicatos estão sempre disponíveis para negociar”, afirmou Sara Gligó, referindo que, apesar da greve, a negociação continua a ser uma opção em aberto.

Atualmente, o metro de Lisboa opera entre as 06h30 e a 01h00, mas com a greve anunciada, é de prever que o serviço sofra alterações, com a possibilidade de maior afluência nas horas de ponta e dificuldades na cobertura de horários fora do comum, como é o caso dos eventos especiais e dos períodos festivos.

Com a greve a durar inicialmente 30 dias, podendo ser renovada por igual período, os trabalhadores aguardam uma resposta por parte da empresa e do Governo, na esperança de que as suas reivindicações sejam ouvidas e que se encontrem soluções para os problemas estruturais que afetam o serviço.