
A Assembleia Municipal, reunida na noite do dia 11 de abril, aprovou, por maioria, o lançamento do concurso público internacional para a Construção do Complexo Desportivo e Empresarial, incluindo o novo Estádio Municipal. Os deputados do PSD, CDS e Chega votaram a favor; o PS absteve-se e a CDU votou contra.
O presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Mário Passos, recordou as razões que levam ao lançamento deste concurso: «necessidade de não onerar os cofres municipais, do estádio permanecer no mesmo local, de servir o FC Famalicão e mais nenhum outro clube, de haver estacionamento e de ter uma arquitetura impactante (um dos critérios do júri para a seleção do vencedor)».
A CDU, único partido a votar contra, justificou a posição com o argumento de que cabe ao município a «manutenção» das suas infraestruturas. Tânia Silva disse que, ao longo de 20 anos, a Câmara «não manifestou interesse na manutenção» deste espaço desportivo, «permitindo a sua degradação», acusou. A deputada considera, por isso, que a proposta municipal tem «tanto de irracional como de hipócrita». A CDU diz que é irracional porque a proposta do concurso surge numa altura em que a revisão do PDM não está concluída; «hipócrita» porque, para a CDU, «ao invés de envergonhar o legado do PSD/CDS-PP serve de mote para a promoção da agenda do executivo».
O Partido Socialista optou pela abstenção. Ricardo Vale justificou que os deputados tiveram apenas 48 horas para analisar a proposta; denunciando que a Câmara não ouviu nenhum partido da oposição, nem escutou outras opiniões. De qualquer forma, o deputado Ricardo Vale diz que o PS é a favor da requalificação do estádio, para que seja condigno com o projeto desportivo do clube.
Ricardo Costa, do CDS, recordou que o PS teve o mesmo tempo para analisar os documentos que os outros partidos e que nada propôs de alternativo.
O Chega até votou a favor, mas alertou que para já é apenas o lançamento de um concurso internacional e que ainda não se sabe se haverá interessados. João Pedro Castro disse que permanece com dúvidas sobre o investimento municipal e quanto ao futuro do projeto desportivo da SAD do FC Famalicão, dando o exemplo da SAD do Clube Desportivo das Aves (que entrou em insolvência). Esta opinião, frisou João Pedro Castro, nada tem haver com preferências clubísticas. Confessou o seu gosto pelo futebol e pelo FC Famalicão e reconheceu que a requalificação é «premente».
O PSD também tomou posição. O deputado Jorge Paulo Oliveira admitiu que «as grandes obras públicas raramente são consensuais. Por isso, a construção do estádio não é nem era expetável que fosse consensual». No entanto, no que compete ao PSD, afirmou que a solução apresentada «foi devidamente estudada, maturada e ponderada». Entre as virtudes encontradas pelo PSD, Jorge Paulo frisa que o estádio permanece no mesmo local; por ser municipal possibilita outros eventos; não onera os sofres municipais e a Câmara liberta-se dos custos da manutenção. «É um desafio enorme, mas estamos confiantes que vamos vencer», concluiu.