
A Distrital de Aveiro do partido Reagir, Incluir, Reciclar (R.I.R.) decidiu romper politicamente com a Direção Política Nacional (DPN), liderada por Márcia Henriques, na sequência de um comunicado que retirou a confiança ao coordenador distrital, José Porfírio Santos, e a militantes próximos.
A decisão foi formalizada após uma reunião de urgência convocada pelos militantes locais, surpreendidos pelo conteúdo do comunicado publicado a 28 de maio nas redes sociais, grupos de WhatsApp e jornais regionais. O texto da DPN apontava “comportamentos lesivos da unidade e da ética interna” e acusava os visados de protagonizarem uma tentativa de “assalto ao poder” antes do próximo congresso.
“As acusações são infundadas, vagas e sem qualquer prova concreta”, defende o núcleo de Aveiro, que sublinha que em momento algum foram identificados quais os militantes em causa ou apresentados dados que sustentem as alegações da direção nacional.
Entre os pontos mais contestados está a acusação de divulgação de informação confidencial a terceiros e de desrespeito pelas orientações da DPN — imputações que, segundo os visados, nunca foram sequer alvo de processo interno ou esclarecimento formal. O núcleo de Aveiro critica ainda a acusação de inoperacionalidade, sublinhando que tem obtido “melhores resultados eleitorais que distritais como Lisboa, Coimbra, Setúbal ou Faro”.
O comunicado da DPN também referia que a distrital revelou “incapacidade gritante” na formação de listas eleitorais. Em resposta, a estrutura aveirense afirma que sempre colaborou com os órgãos nacionais, ainda que tenha sentido falta de apoio coerente e acusa a presidente Márcia Henriques de postura hostil que desmotivou vários quadros locais.
A tensão escalou quando, segundo a distrital, a presidente contactou informalmente militantes aveirenses à revelia do coordenador, após ter tido conhecimento de um pedido legítimo de reunião com a direção. “Essa atitude revela deslealdade e falta de carácter”, lê-se na resposta da estrutura local.
“Desde 2022 temos sido alvo de bloqueios e censura, culminando agora num comunicado difamatório”, denuncia o texto divulgado, que termina com a retirada de confiança política à Direção Política Nacional e o apelo a uma reunião interna para resolução do conflito, sem envolver a comunicação social, nem as redes sociais.