
O Alentejo registou no segundo trimestre de 2025 uma taxa de desemprego de 4,9%, consolidando uma trajetória de melhoria no mercado de trabalho regional. Segundo o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE), intitulado «Estatísticas do Emprego – 2.º Trimestre de 2025», este valor representa uma descida de 0,9 pontos percentuais face ao trimestre anterior e de 0,3 p.p. em comparação com o mesmo período de 2024.
Com estes números, o Alentejo figura entre as seis regiões portuguesas com taxas de desemprego inferiores à média nacional, atualmente fixada nos 5,9%. Regiões como a Península de Setúbal (8,6%), a Grande Lisboa (6,5%) e o Norte (6,1%) continuam a apresentar valores acima da média, enquanto o Centro (5,1%), o Oeste e Vale do Tejo (4,8%), o Algarve (4,5%), a Madeira (4,8%) e os Açores (3,9%) acompanham o Alentejo na linha da frente da recuperação.
No panorama nacional, destaca-se também a redução do desemprego jovem (16-24 anos), que desceu para 18,1%, menos 3,1 p.p. face ao trimestre anterior e 3,9 p.p. em termos homólogos. Ainda que elevada, esta taxa representa um sinal positivo num segmento historicamente vulnerável.
Outro indicador relevante é o da subutilização do trabalho, que desceu para 10,1%, confirmando um movimento consistente de recuperação laboral. Estes dados sugerem melhorias estruturais no mercado de trabalho português, ainda que persistam assimetrias entre regiões e faixas etárias.
A população empregada atingiu os 5,2 milhões de pessoas, o valor mais elevado desde o início da série estatística em 2011, traduzindo um crescimento de 2,9% em relação ao segundo trimestre de 2024. Já o teletrabalho estabilizou nos 20,9%, revelando uma consolidação do modelo híbrido em diversos setores de atividade.
No contexto do Alentejo, este desempenho ganha especial relevo por se tratar de uma região frequentemente marcada por dinâmicas económicas sazonais, envelhecimento demográfico e dispersão territorial. A manutenção de uma taxa de desemprego inferior à média nacional reforça o papel da região como exemplo de resiliência e adaptação laboral, mas também convida à reflexão sobre a necessidade de consolidar investimentos estruturais que assegurem emprego sustentável e qualificado a longo prazo.