
O Congresso Internacional “Portugal Restaurado” vai ter lugar entre Borba e Vila Viçosa, entre os dias 12 e 17 de junho de 2025.
Uma iniciativa que tem um objetivo claro, segundo a professora Margarida Valla, da comissão organizadora, em declarações a’ODigital.pt: «Celebrar a Batalha de Montes Claros».
Esta que foi a «batalha final do período da Restauração», tendo lugar no dia 17 de junho de 1665, fechado «um ciclo de guerras», que muitas tiveram lugar no Alentejo, como a Batalha do Ameixial e da batalha das Linhas de Elvas.
A professora sublinhou que, associados a esta temática, há «vários temas» ligados à «tomada através da dinastia de Bragança» e que esse é o motivo para se também realizar em Vila Viçosa.
«É, de facto, contar mais uma vez a história, mas é o ver a história com várias vertentes», acrescentou Margarida Valla, que vincou ainda que o congresso «não é só sobre a história do Exército ou sobre a história política».
Pretende-se assim uma «visão alargada» da Batalha de Montes Claros, o que leva a que a iniciativa tenha «uma variedade de temas que abrange essa época e é por isso que tem vários painéis».
Um deles, da autoria da própria professora, tem a ver com a fortificação e com «toda a parte militar, mas mais a ver com a parte da engenharia», como a «construção de novos princípios da fortificação, que estavam a acontecer na Europa, por causa das várias guerras».
«Desenvolveu-se uma ciência muito importante, paralela à formação do Exército, que são os novos modelos de fortificação», explicou, dizendo ainda que «era muito importante que houvesse essa chamada modernidade».
Haverá também um painel dedicado ao papel da arte na época, sendo focada a «parte patriótica», no contexto da «pintura e da escultura, em paralelo com textos literários».
«Era uma espécie de divulgação de acontecimentos políticos, que vão desde D. Afonso Henriques, para justificar o por quê de Portugal ter direito a ter uma monarquia independente outra vez», esclareceu a professora, referindo ainda que «há uma certa exaltação simbólica».
Margarida Valla realçou também que haverá espaço para Nossa Senhora da Conceição e tudo «o que tem a ver com o imaculismo», uma vez que «era uma espécie de legitimação religiosa» da nova monarquia.
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