A Comissão Diocesana de Justiça e Paz (CDJP) da Diocese de Setúbal manifestou publicamente o seu pesar pela morte do Papa Francisco, num comunicado emitido ontem, dia 24 de abril, enaltecendo o “rico e desafiador legado” deixado pelo pontífice.

Num tom emocionado, a comissão expressa “tristeza” pela perda, mas também “gratidão” a Deus por ter concedido à Igreja e ao mundo a “graça e bênção” da vida de Francisco, que descreve como um “pastor apaixonado por todas as suas ovelhas, com especial atenção às mais pobres e desfalecidas”.

O documento destaca o estilo de vida “simples, próximo e solidário” do Papa, a sua opção preferencial pelos marginalizados, e o seu empenho numa “Igreja em saída”, atenta às “periferias humanas, existenciais, geográficas e económicas”.

A CDJP recorda ainda os momentos marcantes do pontificado, como a visita a migrantes no Mediterrâneo, as suas intervenções contra a exclusão social e os gestos de acolhimento a homossexuais, divorciados e recasados, “com doçura e misericórdia”.

Também é sublinhado o compromisso de Francisco com o diálogo inter-religioso e intercultural, assim como a sua denúncia de uma “economia que mata” e do agravamento das desigualdades sociais.

O comunicado reconhece o impulso reformador do Papa argentino, que “sacudiu consciências” dentro da Igreja, enfrentando abusos sexuais, o clericalismo e as tentações regressivas.

Destaca-se ainda o seu papel na valorização das mulheres na estrutura da Igreja e o apelo constante a uma Igreja sinodal e participativa.

A Comissão Diocesana compromete-se a manter viva a memória e os ensinamentos de Francisco, promovendo o estudo e a divulgação dos seus principais documentos, como “Evangelii gaudium”, (“A alegria do Evangelho”, “Amoris laetitia”, a (“Alegria do Amor”), “Fratelli Tutti”, (“Todos Irmãos”) “Laudato Si”(“Louvado Sejas”).

O comunicado conclui com um apelo à oração pelo Papa falecido e pela escolha de um novo líder da Igreja Católica “segundo os desígnios do Espírito Santo”.