O mais recente balanço das autoridades de Saúde de Moçambique confirma um cenário preocupante no país, com cinco províncias das regiões Norte e Centro assoladas por um surto de cólera que se prolonga há nove meses e já fez mais de 4.400 infetados e 64 mortos, maioritariamente entre a população infantil.

Nampula regista o maior número de casos, com 3.590 infeções e 40 mortes, colocando esta província no epicentro da crise sanitária. O alastrar da doença tem gerado alarme social e pressiona os serviços de saúde locais, numa altura em que as autoridades tentam intensificar as ações de prevenção e resposta.

Apesar dos esforços para conter o avanço da cólera, o número de casos continua a subir, e as comunidades mais isoladas enfrentam dificuldades acrescidas no acesso a cuidados médicos. A propagação é favorecida pela falta de saneamento básico, escassez de água potável e limitações nos meios de socorro, agravando a situação.

A cólera, provocada pela ingestão de água ou alimentos contaminados, é uma ameaça recorrente em várias regiões do país, sobretudo durante a época das chuvas. Este novo surto veio expor fragilidades estruturais no sistema de saúde e evidência a urgência de reforçar as medidas de prevenção, proteção das populações mais vulneráveis e respostas de emergência.

As autoridades de saúde moçambicanas têm apelado à população para adotar medidas de higiene rigorosas e procurar rapidamente assistência perante sintomas suspeitos, numa corrida contra o tempo para travar a disseminação da doença e evitar mais vítimas.