
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) pediu hoje uma audiência urgente ao ministro da Agricultura e do Mar para expor a “flagrante incapacidade” de gestão técnica, operacional e financeira do PDR e do Pedido Único.
“A CAP informa que, hoje mesmo, solicitou uma audiência com caráter de urgência ao ministro da Agricultura e do Mar com os objetivos de, por um lado, expor a flagrante situação de incapacidade de gestão técnica, operacional e financeira do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR 2020) e do Pedido Único 2025 (PU 2025)”, indicou, em comunicado, a confederação.
Os agricultores pedem ainda a adoção imediata de políticas administrativas para resolver os “constrangimentos e dificuldades” dos agricultores, criticando o mau estado de funcionamento do Ministério da Agricultura e do Mar e a incapacidade de gestão de alguns dos seus responsáveis, sem precisar.
Segundo a CAP, os efeitos “desta má gestão” têm gerado repercussões negativas para os agricultores, em primeiro lugar, mas para os contribuintes de forma geral.
No que diz respeito ao PDR 2020, a confederação liderada por Álvaro Mendonça e Moura precisou que estão mais de 255 milhões de euros comprometidos para este ano, mas que, de acordo com as informações prestadas pela autoridade de gestão do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), “não há dinheiro disponível para os honrar”.
Por outro lado, defendeu que o financiamento dos projetos não pode passar pela criação de linhas de crédito e que os pagamentos têm de ser feitos atempadamente, sendo que o Estado deve assumir os eventuais encargos da sua “incapacidade de gestão”.
Já no que diz respeito ao PU 2025, a CAP notou que este foi marcado por uma “incompreensível sucessão de trapalhadas, uma elevada opacidade e uma notória incapacidade de gestão de procedimentos”.
Os agricultores destacaram o empenho exemplar de múltiplos técnicos das organizações, que “sacrificaram noites, feriados e fins de semana” para assegurarem a apresentação de candidaturas.
“A presente situação exige que das palavras se passe aos atos o mais rapidamente possível, ao mais alto nível de decisão, em benefício da agricultura e dos agricultores e produtores florestais portugueses, assim como de todos os contribuintes que esperam eficiência e eficácia na gestão dos recursos de todos”, vincou, pedindo ao ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, que arrume a casa de uma vez por todas.