
A União Europeia e os Estados Unidos chegaram a um acordo comercial que fixa tarifas alfandegárias de 15% sobre a maioria dos produtos europeus, com entrada em vigor já esta sexta-feira, 1 de agosto. O entendimento surge como alternativa à ameaça de uma taxa de 30% imposta por Donald Trump, marcada para o seu novo mandato como presidente norte-americano.
A nova tarifa representa um aumento superior a 900% face à média anterior, que era de 1,47% sobre os produtos da UE, antes da saída de Trump da presidência. Apesar da subida acentuada, Bruxelas vê o acordo como uma vitória diplomática, sublinhando que foi evitada uma escalada tarifária ainda mais gravosa.
“Este acordo é um grande acordo. Foi uma negociação difícil, mas alcançámos um bom resultado que vai trazer estabilidade e previsibilidade à nossa relação comercial”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em declarações à Bloomberg.
Apesar de afetar a maioria dos setores exportadores, o compromisso prevê “tarifas zero” para bens considerados estratégicos, como produtos do setor aeroespacial, componentes industriais, certos químicos, produtos agrícolas, recursos naturais e matérias-primas essenciais.
Os detalhes finais do acordo ainda não foram tornados públicos, mas Donald Trump já adiantou que o pacote contempla um compromisso europeu para a compra de 750 mil milhões de dólares em energia dos EUA, um gesto que, segundo o presidente norte-americano, irá “reequilibrar” a balança comercial transatlântica.
Este novo entendimento surge num contexto de forte pressão geopolítica e económica, com ambas as partes a procurarem blindar as suas economias num momento marcado pela instabilidade global nos mercados de bens essenciais.
O anúncio marca um ponto de viragem na relação transatlântica, após anos de tensão comercial durante e após o primeiro mandato de Donald Trump, e pode ter impacto significativo nas cadeias de abastecimento e nos preços ao consumidor europeu.