Em 2024, os distritos alentejanos registaram um agravamento na sinistralidade rodoviária, com aumentos no número de acidentes e vítimas em várias tipologias. O Relatório Anual de Sinistralidade 24h, publicado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), evidencia a particular incidência nos distritos de Évora, Beja e Portalegre, com especial destaque para a gravidade dos sinistros ocorridos no Baixo Alentejo.

No distrito de Évora, foram registados 515 acidentes, mais 12,4% face a 2023, representando o maior aumento percentual de acidentes a nível nacional. Foram ainda contabilizadas 10 vítimas mortais, 74 feridos graves e 591 feridos leves. Apesar da estabilidade no número de mortes, o ligeiro decréscimo nos feridos graves (-5,1%) não acompanhou a subida dos acidentes nem dos feridos ligeiros (+11,1%).

O distrito de Beja registou 520 acidentes (+7,0%), 23 vítimas mortais (-11,5%), 111 feridos graves (+30,6%) e 578 feridos leves. Apesar da diminuição nas mortes, o número elevado de feridos graves contribuiu para que Beja apresentasse o índice de gravidade mais elevado entre todos os distritos do continente, fixando-se em 4,42 mortos por cada 100 acidentes com vítimas.

Em Portalegre, registaram-se 326 acidentes (-1,5%), 9 vítimas mortais (-43,8%), 64 feridos graves (+45,5%) e 364 feridos leves (-6,4%). Embora o número de mortes tenha diminuído, a subida acentuada nos feridos graves revela um agravamento da severidade dos sinistros registados.

Os dados nacionais indicam que o domingo foi o dia da semana com maior número de vítimas mortais (19,4%) e de feridos graves (17,0%). Já o período horário entre as 18h e as 21h concentrou as maiores proporções de vítimas mortais e feridos graves, com 21,6% e 22,2%, respetivamente.

As estradas nacionais, que atravessam grande parte dos concelhos do Alentejo, foram palco de 19,9% dos acidentes a nível nacional, mas concentraram 36,5% das vítimas mortais. Este tipo de via registou um aumento nas mortes face a 2019 (+19%) e a 2023 (+9%).