A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, tem sido questionada sobre o seu silêncio durante este período crítico de incêndios em Portugal. Na quinta-feira, 19 de setembro, a presidente da Câmara de Arouca afirmou que sentiu “falta de quem lidera”, argumentando que não conseguiu falar com a ministra porque esta teria “o telemóvel desligado”.

Em declarações aos jornalistas, desabafou que “nos momentos críticos, nas grandes dificuldades que são imputadas aos responsáveis das Câmaras, é importante que quem lidera conheça a realidade.”

O Ministério da Administração Interna, ao averiguar o sucedido, revelou que não conseguiu contactar a presidente da Câmara de Arouca a fim de obter mais detalhes sobre o ocorrido.

Por sua vez, Margarida Blasco afirmou que não recebeu qualquer telefonema da autarca. A ministra acredita que o contacto fornecido não foi o correto.

Justificação do silêncio e dados até agora

Citando dados da ANEPC, Margarida Blasco disse que, entre sábado e quarta-feira, “foram registadas 1.044 ignições (incluindo 416 em período noturno), foram empenhados 37.772 operacionais, 10.639 meios terrestres e efetuadas 827 missões aéreas de combate, a que correspondem 8.757 descargas.”

Na sua primeira declaração pública, no quinto dia de incêndios, Margarida Blasco justificou também a sua ausência de intervenção no debate público:

Foi aconselhado [pela Proteção Civil] que não houvesse intervenções e presenças desadequadas nos teatros de operações, por ser o momento de informar sobre os pontos de situação ou recomendações necessárias. Foi o que fizemos”, afirmou.

No final, haverá oportunidade para “falarmos ao país”, concluiu.