"A assinatura de um acordo pela CGTP é 'um selo de garantia' de que não há direitos roubados, de que não há condições de trabalho ou de vida pioradas", afirmou Arménio Carlos na sua intervenção de abertura do XIV congresso da CGTP.

Para o sindicalista, esta é a razão pela qual os trabalhadores confiam na sua central.

"É por este motivo que, mesmo sendo os únicos a não participar da destruição e venda de direitos, nunca estamos isolados, porque é com os trabalhadores que estamos e perante eles que respondemos", disse.

As afirmações de Arménio Carlos referiam-se ao último acordo tripartido de Concertação Social, de 2019, que levou à revisão de algumas normas do Código do Trabalho.

"Recusando encontrar uma solução com os partidos à sua esquerda na Assembleia da República, o Governo optou por um acordo com as confederações patronais e a UGT para manter o país amarrado à política de baixos salários, com a caducidade das convenções coletivas e a negação do princípio do tratamento mais favorável a permanecerem", criticou Arménio Carlos.

Segundo o sindicalista, este acordo deixou os trabalhadores em geral, e os jovens em particular, "sequestrados pela precariedade, a instabilidade, a insegurança e a angústia de um presente que condiciona e dificulta a planificação da sua vida pessoal e familiar".

"Mas se o acordo se transformou em lei, deixamos aqui bem claro, neste congresso, que nada nem ninguém nos demoverá de prosseguir a luta pela eliminação de uma legislação que quer condenar as novas gerações ao empobrecimento", prometeu.

Referiu ainda, a propósito, que "a CGTP prefere estar sozinha na defesa dos trabalhadores na Concertação, do que acompanhada a assinar acordos que fragilizam e reduzem os direitos dos trabalhadores".

O XIV Congresso da CGTP definirá as linhas gerais de orientação para o quadriénio 2020-2024, expressas no Programa de Ação, que será discutido até sábado.

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