
"Ele foi impedido de passar, mas distraiu-nos e por negligência entrou na ponte [sobre o rio Messalo] e a fúria das águas transportou-o rio adentro", disse a administradora do distrito de Montepuez, Isaura Máquina.
A viatura transportava oito pessoas, quando caiu da ponte sobre o rio Messalo, zona que foi proibida à circulação, na segunda-feira.
As autoridades interditaram a passagem de viaturas na ponte sobre o rio Messalo, devido à subida do nível da água, na sequência das chuvas que caem desde finais de dezembro em Cabo Delgado, mas o motorista desobedeceu à ordem.
Quatro das vítimas foram resgatadas com vida no mesmo dia e o corpo da vítima mortal foi recuperado na terça-feira. Entre os três desaparecidos, está o motorista da viatura.
A administradora avançou que o Serviço Nacional de Salvação Pública continua as buscas para encontrar as três pessoas desaparecidas.
O mau tempo que se regista na província afetou cerca de 10 mil pessoas, além da destruição de várias infraestruturas, com destaque para o desabamento da ponte sobre o rio Montepuez.
Moçambique emitiu um alerta laranja para todas as províncias do país, como forma de acelerar a mobilização de recursos para a assistência às vítimas das intempéries e à reposição de danos, tendo em conta que a época chuvosa no país só termina em abril.
Em abril, alguns pontos da província de Cabo Delgado foram atingidos pelo ciclone Kenneth, que causou a morte a 45 pessoas e afetou outras 250 mil.
Um mês antes da passagem do Kenneth, o centro de Moçambique foi devastado pelo ciclone Idai, que provocou mais de 600 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas no centro do país, além de destruir várias infraestruturas.
Entre os meses de novembro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
No total, 714 pessoas morreram durante o período chuvoso em 2018/2019, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth.
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