"A fim de superar esta situação o Projeto Mozambique LNG, liderado pela Total, alugou duas embarcações com vista a restabelecer a comunicação e o transporte de alimentos [para as comunidades]", lê-se numa informação da Total distribuída hoje a imprensa.

Recentemente, a região de Cabo Delgado foi afetada pelo mau tempo, tendo sido interrompida a principal estrada do norte da província, na sequência do desabamento da ponte sobre o rio Montepuez, o que isolou vários distritos.

A Total faz o transporte de alimentos, combustível e outros suprimentos para as comunidades afetadas, além de garantir a continuação das obras na área de instalação do projeto de gás natural em Afungi.

"Esta solução eficaz não só permitiu a rápida retomada das operações, como permitiu também, que o projeto apoiasse os nossos vizinhos mais próximos quando mais precisavam", acrescenta a empresa.

As instalações do projeto da Total em Afungi incluem um aeródromo que começou a ser utilizado em 19 de fevereiro deste ano, uma infraestrutura que levou 18 meses para ser construída e é tida como um "marco significativo" para o Projeto Mozambique LNG, reduzindo custos para deslocações e garantindo maior segurança.

O mau tempo que se registou em Cabo Delgado afetou mais de 10 mil pessoas, além de destruir várias infraestruturas.

Entre os meses de novembro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.

A atual época das chuvas em Moçambique, de outubro a abril, já matou 54 pessoas, devido a desastres naturais (sobretudo raios e inundações), e afetou cerca de 65 mil, muitas com habitações inundadas, segundo dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades.

A Total lidera o Projeto Mozambique LNG, o primeiro empreendimento de gás natural liquefeito em terra a explorar as reservas da bacia do Rovuma, no norte do país, arrancando em 2024 com dois módulos de liquefação e com uma capacidade nominal de 12,88 milhões de toneladas por ano.

A petrolífera francesa encabeça o consórcio com 26,5%, ao lado da japonesa Mitsui (20%) e da petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores à indiana ONGC (10%) e à sua participada Beas (10%), à Bharat Petro Resources (10%) e à tailandesa PTTEP (8,5%).

 

EYAC // PJA

Lusa/Fim