"A França continua apostada em contribuir para conservação da biodiversidade e uma das áreas que vai merecer mais diálogo ruma a ações mais concretas está ligada a proteção marinha", disse Mateus Mutemba.

Este responsável falava à imprensa momentos após um encontro com o ministro francês para a Europa e Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, que terminou hoje uma visita de trabalho a Moçambique.

No domínio da proteção da biodiversidade, a França está entre os principais parceiros de Moçambique, apoiando financeiramente vários projetos.

No total, a França já desembolsou 20 milhões de euros nos últimos 18 anos para programas de proteção da biodiversidade em Moçambique, e há novos projetos na mesa.

"Com quatro milhões de euros, num novo projeto, a França vai apoiar o desenvolvimento da Reserva Nacional de Chimanimani, alavancando o potencial do desenvolvimento do turismo e investindo na pesquisa, além de apoiar as comunidades locais", acrescentou Mateus Mutemba.

Na sua breve declaração à imprensa, o ministro francês para a Europa e Negócios Estrangeiros assinalou também a importância do apoio francês na proteção da biodiversidade, destacando uma "nova fase na cooperação com o país africano".

"A missão da nossa visita era tratar questões de segurança, mas a segurança não é só militar. Os aspetos antropológicos e ambientais são muito importantes", afirmou Jean-Yves Le Drian, acrescentando que há "interesses comuns" entre os dois países, tendo em conta a vizinhança.

A vizinhança diz respeito à jurisdição francesa sobre diversas ilhas do canal de Moçambique, no oceano Índico.

No seu último dia da visita a Moçambique, o governante visitou o navio militar francês Champlain, na companhia do ministro moçambicano da Defesa, Jaime Bessa Neto, e depois deslocou-se à Escola Francesa em Maputo.

Jean-Yves Le Drian aterrou na sexta-feira em Maputo e, durante a sua visita, reuniu-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e com a sua homóloga moçambicana, Verónica Macamo.

Na agenda, entre outros assuntos, estiveram em destaque questões como "a luta contra os tráficos e a segurança", com grupos armados a atacar zonas rurais na província de Cabo Delgado, onde a francesa Total constrói um dos maiores investimentos em curso em África para extrair gás natural a partir de 2024.

Parte das águas do canal de Moçambique pertencem a ilhas habitadas e ilhéus desertos que fazem parte dos territórios ultramarinos franceses, tornando frequente a presença da Marinha de França.

EYAC (LFO)// MAG

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