Do total, "300 estudantes vão ser deslocados para a escola Técnica de Ocua e outros 150, que são novos ingressos, deverão ser acolhidos na Escola Agrária de Balama", disse Rogério Jaime, diretor provincial da Ciência, Tecnologia, Ensino Técnico e Profissional, citado hoje pelo jornal "O País".

A data de transferência dos estudantes ainda não foi definida, avançou o diretor.

Os estudantes vão estudar na zona sul da província, mais afastada dos distritos afetados por ataques de grupos armados que incendiaram edifícios e viaturas do instituto em 29 de janeiro, durante uma incursão por várias aldeias.

O instituto Agrário de Bilibiza faz parte da Rede de Desenvolvimento Aga Khan (AKDN, sigla inglesa) na sequência de um acordo assinado com o Governo moçambicano em 2014 e tem estado a introduzir novas técnicas agrícolas, além de realizar projetos de infraestruturas.

Portugal é um dos países parceiros do Instituto Agrário de Bilibiza.

Os ataques armados eclodiram em 2017 na província de Cabo Delgado protagonizados por frequentadores de mesquitas consideradas "radicalizadas" por estrangeiros, segundo líderes islâmicos locais, que já tinham alertado antecipadamente para atritos crescentes.

Nunca houve uma reivindicação da autoria dos ataques, com exceção para comunicados do grupo 'jihadista' Estado Islâmico que, desde junho, tem vindo a chamar a si alguns deles, com alegadas fotografias das ações, mas cuja presença no terreno especialistas e autoridades consideram pouco credível.

Os ataques já provocaram pelo menos 350 mortos e 156.400 pessoas afetadas com perda de bens ou obrigadas a abandonar casa e terras em busca de locais seguros, numa província rica em gás natural, com megaprojetos de extração a serem construídos.

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